A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou esta segunda-feira pela primeira vez a administração da terceira dose de qualquer vacina contra a Covid-19, mas apenas para imunossuprimidos com doença “moderada a severa”.

Os especialistas também aconselharam que pessoas com mais de 60 anos que tomaram as vacinas chinesas da marca Sinovac e Sinopharm recebam uma terceira dose, mas de outra farmacêutica. Na restante população, os especialistas da OMS continuam a não aconselhar a dose de reforço para assegurar que todos os países consigam aceder a vacinas.

O objetivo da OMS é que a terceira dose consiga provocar uma resposta imunológica e um nível de produção de anticorpos suficientes no organismos das pessoas imunossuprimidas, que vai decaindo ao longo do tempo, evitando que padeçam de formas mais avançadas da doença.

Para os imunossuprimidos, a “terceira dose deve ser espaçada da segunda por um a três meses”, explicou Kate O’Brien, diretora do departamento da imunização da OMS. Esta recomendação também se estende à vacina da Janssen, mas neste caso terá de ser a segunda dose.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em Portugal, as pessoas imunossuprimidas começaram a tomar a terceira dose em meados de setembro. Até ao momento, e de acordo com Graça Freitas na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde na sexta-feira, já tomaram a dose de reforço mais de 12 mil pessoas.

“Coadministração.” DGS propõe juntar terceira dose com vacina da gripe, mas espera por decisão da OMS. Seria “ótimo”, diz Graça Freitas

Pessoas com mais de 60 anos que tomaram vacinas chinesas também devem tomar dose de reforço

As pessoas com mais de 60 anos que tomaram as vacinas da marcas chinesas Sinovac e Sinopharm devem também receber uma dose de reforço e a OMS destaca que o imunizante deve ser de outra empresa.

A decisão foi tomada, explicaram os especialistas da OMS, após alguns estudos na América Latina em que se verificou uma redução de anticorpos acentuadas nas pessoas que tomaram das vacinas chinesas. Países como o Chile decidiram comprar vacinas à China devido à falta de acesso a imunizantes como o da Pfizer ou da Moderna.

14 milhões de vacinas administradas, mas em confinamento nacional. O que correu mal no Chile?

Nestes casos, a terceira dose deve ser administrada entre um a três meses após a segunda. As vacinas chinesas não foram aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento e não foram administradas em Portugal.