O primeiro ano de mandato de Kamala Harris não está a correr como o esperado e há sinais de alarme para alguém que prometia ser uma estrela em ascensão na política norte-americana. Uma sondagem da USA Today/Suffolk mostra que a taxa de aprovação da responsável política é agora de 28% — a percentagem mais baixa que algum vice-presidente dos Estados Unidos da América alguma vez obteve.

Nas últimas semanas, a imprensa norte-americana tem analisado o papel da vice-presidente da EUA e tem tentado decifrar o que motiva a queda de popularidade. De acordo com a CNN, várias fontes próximas de Kamala Harris dizem que não está a ser adequadamente preparada ou posicionada para o cargo que desempenha e que está a ser constrangida em termos políticos.

Kamala Harris, depois de fazer história: “Posso ser a primeira mulher neste cargo, mas não serei a última”

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De acordo com o mesmo jornal, Kamala Harris também tem uma relação conturbada com alguns oficiais da Casa Branca, além de que vários apoiantes da vice-presidente se sentem desiludidos com o seu desempenho político e não denotam coerência nas ações da vice-presidente, que não tem feito jus ao papel de ativista social. Um dos exemplos apontado é a crise de migrantes na fronteira dos EUA com o México, cujos problemas estão longe de estar resolvidos.

Internacionalmente, o papel de Kamala Harris também tem passado despercebido — e a última visita a França comprovou-o, não tendo um momento de destaque, nem tendo passado uma mensagem clara. Célin Belin, especialista em geopolítica do Instituto Brookings, sinaliza, em declarações ao The New York Times, que a vice-presidente tem estado “escondida” e que tem pouco visibilidade junto aos europeus.

Tudo isto poderá prejudicar o trajeto político de Kamala Harris, que foi apontada por muitos como a sucessora natural de Joe Biden — tendo-se falado que se poderia tornar candidata já em 2024, caso o atual Presidente não tenha intenções de se recandidatar.

Este contexto desfavorável obrigou a Casa Branca a sair em defesa de Kamala Harris esta segunda-feira. Jen Psaki, porta-voz do governo norte-americano, escreveu no Twitter que a vice-presidente é uma “líder corajosa” que “assumiu desafios importantes que o país enfrenta — desde o direito de voto até ao tratamento de problemas como as migrações”.

No Twitter, também Symone Sanders, assessora de Kamala Harris caracterizou alguns dos artigos na imprensa norte-americana como sendo apenas “rumores” e não se baseiam nos “resultados” obtidos pelo Presidente e a vice-presidente.