Alexander Lukashenko encontrou-se esta sexta-feira com migrantes na fronteira com a Polónia e disse-lhes que a Bielorrússia está disposta a ajudá-los a voltar a casa, se assim desejassem, mas que não vai forçá-los a tal.

Milhares de migrantes estão retidos na fronteira polaca, no que a UE considera ser uma crise orquestrada por Minsk ao distribuir vistos bielorrussos no médio oriente, transportando os migrantes de avião para a fronteira.

Porém, como avança a Reuters, o líder do regime bielorrusso ripostou que a União Europeia causou, deliberadamente, uma crise humanitária. Lukashenko disse ainda que não iria politizar o destino dos migrantes.

Na sua primeira aparição na fronteira com a Polónia desde o início da crise, o presidente bielorrusso discursou perante os migrantes, incentivando-os a ultrapassar a fronteira.

O presidente assegurou que ninguém seria coagido a fazer o que quer que fosse: “Se quiserem ir para oeste, não vos iremos deter, nem vos iremos agredir. A escolha é vossa. Vão, vão”, disse, enquanto centenas de migrantes aplaudiam.

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“Não vamos, em quaisquer circunstâncias, deter-vos, ou colocar-vos em aviões de volta para casa, se não for isso que desejarem”, reforçou.

Uma adolescente iraquiana disse a Lukashenko que não podia voltar para o seu país e esperava conseguir seguir para a Europa. “Não vamos apenas ‘esperar’. Vamos trabalhar em conjunto para cumprir o teu desejo”, respondeu o líder bielorrusso.

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A postura de Alexander Lukashenko é justificada como sendo parte de uma “guerra híbrida” entre Minsk e a União Europeia. Alguns estados-membros consideram que o Presidente está a retaliar contra a UE, como forma de protesto contra as sanções impostas pela instituição europeia, em resposta à repressão violenta das manifestações na sequência da sua polémica reeleição como líder do regime bielorrusso.

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A União Europeia já acordou um novo leque de sanções a serem impostas à Bielorrússia, como consequência da crise fronteiriça atual. Diplomatas em Bruxelas apontam que as medidas deverão ser aprovadas e adotadas no início de dezembro.