Nos próximos meses, a Ómicron pode tornar-se responsável por mais de metade dos casos de Covid-19 na União Europeia, previu o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), alertando para a “incerteza relacionada com a eficácia das vacinas” e com o “risco de reinfeções”.

Num comunicado sobre a situação pandémica no espaço europeu, emitido esta quinta-feira, o organismo declarou estar a monitorizar a disseminação da Ómicron na União Europeia, mas lembrou que o conhecimento que existe da variante é, por enquanto, “limitado”. Por essa razão, aconselhou “uma abordagem em camadas”, para atrasar a transmissão do vírus.

Esta deve passar pela aceleração do processo de vacinação, fazendo chegar a vacina aos que ainda não foram imunizados ou aos que ainda não têm a vacinação completa e reforçando a imunização dos maiores de 40. O ECDC alertou, no entanto, para “a elevada probabilidade de redução da atividade neutralizadora por anticorpos induzidos por infeção ou vacinação” provocada pela “presença de mutações múltiplas na proteína de pico na variante de preocupação Ómicron”.

O organismo europeu aconselhou também a implementação de medidas preventivas “não farmacêuticas”, como o distanciamento social e a ventilação adequada dos espaços fechados, que se têm provado eficazes.

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O ECDC destacou ainda a importância de traçar a linha de contacto dos infetados e de manter a sua vigilância. Restrições relacionadas com deslocações, como a testarem e quarentena dos viajantes, poderão também ser úteis tendo em conta a recente situação epidemiológica.

De momento, existem 70 casos confirmados em 13 países da UE/EEE, a maioria dos quais com historial de viagens para países da África Austral, tendo alguns efetuado voos de ligação para outros destinos entre África e a Europa. Vários países europeus comunicaram também “transmissões comunitárias ou domésticas subsequentes”. “Todos os casos para os quais existe informação disponível sobre a gravidade foram assintomáticos ou ligeiros.”

A nível mundial, existem 352 casos confirmados em 27 países.