Ao fim de vários dias de polémica, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, colocou um ponto final na controvérsia e anunciou que o parecer técnico que justifica a vacinação contra a Covid-19 das crianças entre os 5 e os 11 anos de idade seria integralmente divulgado esta sexta-feira.
O documento pode ser consultado aqui:
Na última terça-feira, a Direção-Geral da Saúde deu luz verde à vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos contra a Covid-19, com a vacina da Pfizer (a única que está atualmente autorizada para uso com dose pediátrica), e intensificou uma polémica que já se vinha arrastando ao longo dos últimos meses sobre se os benefícios de vacinar crianças tão novas — que, genericamente, são menos afetadas pela doença — compensam os riscos de lhes administrar a vacina.
Parecer de especialistas sobre vacinação de crianças é confidencial e não pode ser divulgado
A discussão ganhou contornos de maior tensão quando se soube que o parecer dos especialistas era confidencial e que, por isso, não poderia ser divulgado — limitando-se a DGS a publicar uma súmula técnica das conclusões. O tema da vacinação ou não das crianças tomou de assalto o debate político, com PSD e Iniciativa Liberal a exigirem que os pareceres técnicos em torno do tema fossem tornados públicos para que os pais e os pediatras possam tomar decisões sobre os filhos com a maior informação possível.
Na conferência de imprensa desta sexta-feira, António Lacerda Sales dissipou a polémica e assegurou que o conteúdo do parecer iria ser divulgado ainda esta sexta-feira. Também a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que estes pareceres não são habitualmente publicados (nem para a Covid-19 nem para as restantes vacinas), mas desta vez entendeu haver “uma necessidade social de conhecer o parecer” para gerar maior tranquilidade em torno do assunto — negando qualquer pressão política.
Iniciativa Liberal exige divulgação dos pareceres científicos sobre vacinação infantil
“A sociedade quer conhecer os dados, não vejo motivos para que não os conheça”, disse Graça Freitas. “Sendo um documento de trabalho, não tem nada de sigiloso.”