Muitas vezes é necessário aparecer uma efeméride ou um registo histórico para recordar aqueles que são os maiores de sempre na história e foi isso que aconteceu este domingo, quando o Real Madrid conquistou a Supertaça de Espanha frente ao Athl. Bilbao e Marcelo igualou os seus 23 títulos conquistados ao serviço dos merengues. Os tempos mudaram mas a influência não se apagou, até por ser uma das referências ofensivas da equipa que ganhou as cinco primeiras edições da Taça dos Clubes Campeões Europeus, ainda na década de 50. Paco Gento, um dos maiores de Espanha, morreu esta terça-feira. Tinha 88 anos.

Presidente honorário do Real Madrid desde dezembro de 2015, após a morte do eterno Alfredo Di Stéfano, Paco Gento jogou 18 anos nos blancos e saiu em 1971 como o terceiro melhor marcador do clube, apenas atrás do também avançado e de Ferenc Puskás. A IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas de Futebol) considerou-o um dos melhores jogadores do século XX, sendo o único espanhol nascido no país a constar da lista de 40 elementos. Foi ainda internacional 43 vezes por Espanha, tendo participado nos Mundiais de 1962 e 1966 e ganho o Campeonato da Europa de seleções de 1964.

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“Francisco Gento faleceu aos 88 anos. Figura chave na lenda do Real Madrid, jogou no nosso clube entre 1953 e 1971. 18 anos em que conseguiu um palmarés inigualável. Ganhou seis Taça dos Campeões Europeus, o que o converte num jogador único na história do futebol. A elas juntou ainda 12 Ligas, uma Taça Intercontinental, duas Taças Latinas, duas Taças de Espanha e uma Mini Copa. A contribuição ao Real fez com que fosse eleito presidente honorário”, anunciou o conjunto de Madrid em comunicado.

“Com um físico portentoso e uma incrível velocidade, Gento foi o melhor extremo esquerdo do mundo. Mas, à parte das suas espectaculares condições como jogador, foi o elo de ligação entre duas gerações lendárias no Real: as das cinco primeiras Taças dos Campeões e a da equipa yeyé”, acrescentou.

“Durante a sua larga trajetória, foi um exemplo de dedicação e entrega ao Real Madrid e converteu-se no primeiro jogador da história do clube a chegar aos 600 jogos oficiais, nos quais marcou 182 golos. A sua grande importância na nossa lenda fez com que sucedesse a Alfredo Di Stéfano como presidente honorário do clube. Gento foi reconhecido pelo futebol mundial ao fazer parte do combinado FIFA que jogou contra a Inglaterra no centenário da Federação Inglesa, em 1963. Os seus inúmeros triunfos desportivos também permitiram que fosse condecorado com a Grande Cruz da Real Ordem do Mérito Desportivo, entre outras condecorações”, concluiu o clube, que cumpriu um minuto de silêncio.