A troca de mensagens entre um soldado russo, que foi morto na invasão à Ucrânia, e a mãe, foi um dos temas levados pelo embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, na reunião extraordinária desta segunda-feira.

Mostrando uma folha com a imagem de um telefone danificado, com mensagens no ecrã, Sergiy Kyslytsya leu as mensagens entre o militar russo e a mãe, procurando mostrar que nem os militares envolvidos na invasão sabiam qual era o plano do Presidente russo.

“Mãe, já não estou na Crimeia. Isto não são treinos”, terá dito o militar à mãe que lhe tinha pedido justificações por não saber nada do filho há “muito tempo”.

“Onde estás então? O pai está a perguntar se pode enviar uma encomenda”, respondeu a mãe não antecipando a resposta que o filho lhe daria: “Que tipo de encomenda? Só quero morrer”.

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Não percebendo a que o filho se referia, a mãe perguntou o que se passou. “Mãe, estou na Ucrânia. A guerra é real aqui, tenho medo. Estamos a bombardear todas as cidades, juntos. Inclusivamente alvos civis.”

Troca de mensagens entre soldado russo e a mãe, que embaixador ucraniano levou à sessão nas Nações Unidas

E continua o militar: “Disseram-nos que seriamos recebidos [pelos ucranianos], mas eles estão a deitar-se na frente nos nossos carros militares, para não nos deixarem passar. Chamam-nos fascistas, mãe isto é muito difícil”.

A troca de mensagens já está a circular nas redes sociais, embora não seja possível ver nas imagens em que dia terá acontecido a conversa, mas tendo o embaixador confirmado a morte do soldado russo e apelado depois a “cada membro das Nações Unidas”: “Imaginem que estes centenas de mortos estão sentados ao vosso lado.”