O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) anunciou esta segunda-feira que suspende com efeitos imediatos o acesso da Rússia e da Bielorrússia aos seus financiamentos e serviços, na sequência da invasão da Ucrânia.

A decisão significa que “não pode haver novos financiamentos de projetos ou atividades de cooperação técnica” na Rússia e na Bielorrússia, indicou a instituição em comunicado.

O banco, que já anunciou estar a fechar os seus escritórios em Moscovo e Minsk, indica ainda que “se reserva o direito de suspender ou cancelar novas parcelas de financiamento em projetos existentes”.

O anúncio surge numa altura em que a União Europeia pondera impor sanções adicionais a Moscovo, após a descoberta de um número elevado de civis mortos na região de Kiev, nomeadamente em Busha, após a retirada russa.

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“É triste ter chegado a esta situação após tantos anos de cooperação e de atividade nos dois países”, afirmou Odile Renaud-Basso, presidente do BERD, citada no comunicado. “Mas, a guerra da Rússia contra a Ucrânia não nos deixou outra opção a não ser condenar com mais do que palavras“, acrescentou.

O BERD diz que agora se vai concentrar num programa de apoio de 2.000 milhões de euros à Ucrânia e aos países da região diretamente afetados pela crise dos refugiados, iniciativa que foi anunciada no início de março.

O banco também se comprometeu a participar num programa de reconstrução da Ucrânia logo que as condições o permitam.

A instituição alertou na semana passada que a guerra coloca a economia global em risco de enfrentar o “maior choque na oferta desde pelo menos o início dos anos 1970”.

O BERD disse ainda que a economia ucraniana pode registar uma contração de 20% este ano devido à invasão do país pela Rússia.

O banco foi fundado em 1991 para ajudar os países do antigo bloco soviético na transição para uma economia de mercado, mas alargou depois a sua ação a países do Médio Oriente e do Norte de África.