A embaixada russa da Irlanda está a ficar sem combustível uma vez que as empresas irlandesas do setor terão recusado distribuir este produto, o que pode comprometer, entre outras funcionalidades, o aquecimento das instalações e o acesso à água quente.
A situação foi exposta, no dia 22 de março, através de uma carta enviada, da embaixada, para o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, conta o Irish Mirror. No mesmo documento, o corpo diplomata pediu ao ministério para intervir no “embargo” feito pelas empresas irlandesas à embaixada, situação descrita como um “caso claro de discriminação“.
A embaixada está a debater-se com problemas porque ninguém quer negociar com eles em resultado do que está a acontecer na Ucrânia”, explicou uma fonte ao jornal irlandês. “Não é apenas com algumas empresas de combustível que estão a ter dificuldades, mas também com bancos e outras empresas.”
Além das empresas de combustíveis, segundo apurou o Irish Mirror, o Banco da Irlanda também suspendeu as contas da embaixada russa. “O Ministério dos Negócios Estrangeiros não irá intervir na situação”, explicou ao jornal uma segunda fonte do ministério.
“O atual fornecedor de combustível à embaixada recusou-se a entregar combustível para a nossa missão. A embaixada contactou outros fornecedores na área de Dublin em relação à disponibilidade para fornecer combustível, mas todos recusaram colaborar. A embaixada foi deixada com uma limitada quantidade que irá durar apenas até ao fim da semana”, é possível ler-se na carta enviada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Irlanda.
O combustível é um bem essencial, uma vez que é utilizado para o aquecimento e [para ter] água quente, assim como para a área residencial do corpo diplomático. A embaixada pede ao ministério que intervenha neste caso claro de discriminação”, conclui o documento.
Contactada pelo Irish Mirror, a embaixada da Rússia recusou dizer se já tinha, entretanto, encontrado um fornecedor de combustível disponível para a distribuição deste produto.
Em sequência da expulsão de quatro elementos do corpo diplomático russo da Irlanda na semana passada, Simon Coveney, ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, afirmou esta segunda-feira, segundo o Irish Times, não concordar com a possível expulsão do embaixador russo — Yuriy Filatov — do país. O ministro defendeu a importância da manutenção de um canal diplomático de diálogo durante o período de guerra na Ucrânia.