No ringue do Twitter, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, levantou dúvidas sobre o papel da China no mediático negócio do bilionário Elon Musk. O tweet surgiu horas após a notícia de que o conselho de administração do Twitter aceitou uma oferta de 44 mil milhões de dólares (mais de 40 mil milhões de euros) do CEO da Tesla.
Partilhando um tweet de um repórter do The New York Times, que detalhou as ligações que a empresa de Musk tem ao mercado chinês, Bezos questionou se o Governo de Pequim “acabou de ganhar um pouco de influência” com esta compra.
Sobre os tópicos apresentados por Mike Forsythe, os mesmos passam, por exemplo, pelo facto do país asiático ser o segundo maior mercado para a Tesla, apenas atrás dos Estados Unidos da América. Além disso, o jornalista recorda que a rede social está bloqueada na China desde 2009.
Interesting question. Did the Chinese government just gain a bit of leverage over the town square? https://t.co/jTiEnabP6T
— Jeff Bezos (@JeffBezos) April 25, 2022
Contudo, Bezos não se limitou a atirar a pergunta. O homem que tem uma fortuna avaliada em cerca de 184 mil milhões de euros respondeu à sua própria dúvida, explicando que não é assim tão provável que venha a haver censura no Twitter. Deixou, ainda, um elogio rasgado a Musk, o qual apelidou como sendo um empresário “extremamente bom“.
A minha própria resposta a esta questão é que provavelmente não. O resultado mais provável nesta questão é a complexidade na China para a Tesla, mais do que em censura no Twitter”, escreveu, logo a seguir acrescentando: “Mas vamos ver. Musk é extremamente bom a navegar este tipo de complexidade”.
But we’ll see. Musk is extremely good at navigating this kind of complexity.
— Jeff Bezos (@JeffBezos) April 26, 2022
Apesar de não ser a maior rede social, perdendo para o Facebook e para o Instagram em número de utilizadores, o Twitter tem um papel mais influente sobretudo na arena política. Após a aquisição do CEO da Tesla, o debate acendeu sobre as problemáticas de uma importante rede social pertencer a um indivíduo rico e com múltiplos interesses comerciais.
Por sua vez, o próprio garantiu, na sua conta (sem filtros): “A liberdade de expressão é o fundamento de uma democracia funcional e o Twitter é a praça da cidade digital onde os assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos”.