Foi um momento raro do Presidente russo. Numa conversa telefónica com Naftali Bennett, primeiro-ministro israelita, Vladimir Putin retratou-se e fez um pedido de desculpas a Israel, após o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, ter dito que havia nazis com sangue judeu.

De acordo com a conta do Twitter do chefe do Executivo do país do Médio Oriente, “o primeiro-ministro [israelita] aceitou o pedido de desculpas de Putin sobre as declarações de Lavrov e agradeceu-lhe por clarificar a sua atitude ao povo judeu e à memória do Holocausto”. 

No dia em que Israel celebra o 74.º aniversário desde a sua criação, o Presidente russo fez questão de sublinhar a data e felicitar o Estado israelita.

Na mesma conversa telefónica, os dois líderes abordaram a situação da fábrica siderúrgica de Azovstal. Vladimir Putin prometeu que “continuará a permitir” a saída de civis do local, incluindo aqueles que estão feridos, mas apenas através de um “corredor humanitário” disponibilizado pelas Nações Unidas em conjunto com a Cruz Vermelha.

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Por seu turno, o gabinete da presidência russa informou que o primeiro-ministro israelita e o chefe de Estado russo destacaram a importância do 9 de maio para Israel e para a Rússia, sendo que também trocaram impressões sobre o Holocausto. Vladimir Putin também garantiu que quer manter relações amigáveis com Israel.

“Hitler também tinha origens judaicas.” Israel exige pedido de desculpa de Lavrov após frase para justificar “desnazificação”

Na passada segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo deu uma entrevista ao canal televisivo italiano Rete 4, em que foi confrontado com o objetivo da desnazificação que a Rússia utilizou para invadir a Ucrânia, tendo em conta o facto de o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ser judeu.

“E se Zelensky é judeu? Isso não nega a presença de elementos nazis na Ucrânia“, afirmou Sergey Lavrov. “Quando dizem ‘que tipo de nazificação é esta se somos judeus’, bom, penso que Hitler também tinha origens judaicas, por isso não significa nada”, atirou.

O governo de Israel não perdoou estas declarações, tendo chamado de urgência o embaixador russo no país. O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Yair Lapid, indicou ser “uma declaração imperdoável e escandalosa, um erro histórico terrível, e esperamos um pedido de desculpas”.