As cerimónias fúnebres de Shireen Abu Akleh, a jornalista do canal Al Jazeera morta com um tiro na cabeça na quarta-feira em Jenin, ficaram marcadas por novos confrontos entre palestinianos e as forças de segurança israelitas.
Tudo aconteceu quando as forças de segurança israelitas reprimiram o cortejo fúnebre de Abu Akleh, junto ao hospital St. Joseph, recorrendo a bastões e bombas de gás. A carga policial atingiu inclusivamente os homens que transportavam o caixão, que quase caiu ao chão.
Houve alguns empurrões entre o exército israelita e as pessoas que queriam levar o corpo de Shireen para a igreja”, afirmou o repórter da Al Jazeera, Imran Khan.”Eles queriam caminhar com o seu corpo, não queriam deslocar-se nos carros, e o exército israelita disse que eles não o podiam fazer.”
O jornalista deu ainda conta de quatro cidadãos foram detidos pela polícia, dois deles por erguer bandeiras da Palestina. “Quando o carro com o caixão de Shireen chegou, uma bandeira da Palestina estava exposta nas traseiras do carro, e a polícia israelita partiu mesmo o vidro para a retirar“.
Num vídeo partilhado na rede social Twitter da cobertura em direto da Al Jazeera ao funeral, é possível ver vários elementos que aparentam ser polícias ou militares a investirem contra o cortejo e também o caixão quase a ser derrubado. As forças israelita dizem que reagiram a “provocações” dos participantes na despedida da jornalista.
"The Israeli army is asking people if they are Christian or Muslim. If you’re Muslim you weren’t allowed in." – @ajimran
Israeli occupation forces are attacking Palestinians during the funeral of killed Al Jazeera journalist Shireen Abu Akleh. pic.twitter.com/Xq3VkeOCqn
— Al Jazeera English (@AJEnglish) May 13, 2022
As autoridades palestinianas garante que Shireen Abu Akleh, foi “martirizada durante a ocupação de Jenin“, cidade na região palestiniana da Cisjordânia, depois de ter sido baleada na cabeça por forças de Israel. Já o exército israelita atribuiu os disparos contra jornalistas a supostos “terroristas” palestinianos.
Jornalista da Al Jazeera morre em confrontos entre forças israelitas e palestinianas
No momento em que foi baleada, segundo o canal árabe, Shireen Abu Akleh estava vestida com um colete à prova de bala com a indicação de que era jornalista.
Com 51 anos de idade, Shireen Abu Akleh foi “uma das primeiras correspondentes da Al Jazeera no terreno“, tendo começado a trabalhar para o canal de televisão internacional com sede no Qatar em 1997.
Veja na fotogaleria acima algumas da imagens referentes ao funeral da jornalista.