Milhares de pessoas estão este sábado a protestar em várias cidades americanas contra o recuo no direito legal ao aborto.

Vários grupos de direitos civis e das mulheres mobilizaram mais de 400 protestos sob o lema Bans of our bodies (não toquem nos nossos corpos) com os organizadores a prometer um “verão de raiva caso” no caso de o Supremo Tribunal revogar o acórdão Roe versus Wade que legalizou a prática a nível de todo o país nos anos de 1970.

Os protestos foram convocados após a fuga de informação de um projeto de decisão que está a ser preparado no Supremo Tribunal por iniciativa da maioria conservadora de juízes que ameaça reverter a decisão histórica de 1973 que estabelece o direito federal de pôr termo à gravidez. Se esta decisão for tomada, a data do acórdão final é apontada para junho, o direito ao aborto passa a depender de decisão dos estados e cerca de metade dos estados americanos poderá banir ou limitar de forma severa este direito.

Os organizadores esperam a adesão de centenas de milhares de pessoas em cidades como Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e Washington naquele que será a primeira ação coordenada de pressão face à esperada viragem de 180 graus no direito legal ao aborto a nível nacional.

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“Para as mulheres deste país, este vai ser um verão de raiva”, afirmou Rachel Carmona, presidente da Marcha das Mulheres, um dos movimentos que convocou os protestos, que deixa o aviso ao Partido Democrata:

“Vamos ser ingovernáveis até este Governo começar a trabalhar para nós, até pararem os ataques contra os nossos corpos e até ao direito ao aberto estar consagrado na lei”, afirmou citada pela agência Reuters.

Para além da Casa Branca, os democratas controlam as duas câmaras do congresso e esperam as repercussões do novo acórdão do Supremo os ajudem a ganhar as eleições de novembro. No entanto, o aborto é apenas um dos temas que irá pesar nos votos dos eleitores que estão preocupados com a subida dos preços da energia e dos alimentos.