O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, defendeu esta quarta-feira que uma adesão da Suécia e da Finlândia à NATO “melhorará a segurança europeia”, e rejeitou que possa ser um “fator de turbulência”.

Questionado pelos jornalistas, no final de uma reunião por videoconferência com o Presidente do parlamento da Ucrânia, realizada a pedido de Ruslan Stefanchuk, Santos Silva assegurou que este assunto não foi tema da conversa, por “não ser uma questão que se coloque na relação bilateral” entre os dois parlamentos.

E a segunda razão é porque, pelo menos este Presidente do Parlamento português, não crê que o pedido de adesão à NATO de Finlândia e Suécia possa ser qualquer fator de turbulência. Pelo contrário, acreditamos que esse é um fator que melhorará a segurança europeia, em particular nesta nova ordem ou arquitetura de segurança que temos de construir”, defendeu o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Os embaixadores da Finlândia e da Suécia junto da NATO entregaram esta quarta-feira de manhã os pedidos de adesão dos dois países à organização.

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Finlândia e Suécia entregam candidaturas de adesão à NATO em dia “histórico”

Na reunião com o homólogo ucraniano, um dos temas discutidos foi o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia, com Santos Silva a reafirmar a posição de Portugal, dizendo esperar novidades no Conselho Europeu de 23 e 24 de junho.

“Tomamos boa nota da apresentação desse pedido e muito boa nota da rapidez com que a Ucrânia respondeu ao questionário que lhe foi dirigido pela Comissão Europeia e que é o passo imediato à apresentação do pedido de candidatura”, afirmou.

O Presidente do Parlamento português disse esperar que a Comissão Europeia possa divulgar o seu parecer — “essencial para que se possa progredir” — até ao próximo Conselho Europeu regular, em 23 e 24 de junho, e que “as autoridades europeias possam responder à Ucrânia”.

“Acredito que o Conselho Europeu de 23 e 24 de junho possa ter um debate sobre a questão, para isso é muito importante que o parecer da Comissão seja produzido antes desse conselho europeu”, frisou.

Santos Silva sublinhou que este processo de adesão será “necessariamente complexo e demorará o seu tempo”.

“Por isso é que a posição portuguesa tem sido sempre a de recordar que já há um acordo de cooperação, de associação, entre a União Europeia e a Ucrânia, e que nesse quadro – quer o apoio humanitário, quer o apoio militar, quer o apoio económico, quer o apoio à futura reconstrução – podem e devem ser incrementados”, disse.