O Patriarcado de Lisboa, liderado pelo cardeal-patriarca D. Manuel Clemente, decidiu afastar preventivamente um padre católico das funções pastorais enquanto investiga uma situação que envolve “uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada” em que o sacerdote está envolvido.

A informação foi confirmada esta quinta-feira pelo Patriarcado de Lisboa num curto comunicado, no qual não é revelada a identidade do padre em questão, o contexto em que as mensagens foram trocadas ou até se as mensagens foram trocadas com menores de idade ou não.

“O Patriarcado de Lisboa tomou conhecimento de uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada em que está envolvido um padre do seu presbitério”, lê-se na curta nota.

“Tendo encaminhado o caso para averiguação na Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis no cumprimento das indicações canónicas em vigor, o Patriarcado de Lisboa decidiu afastar preventivamente este sacerdote das funções pastorais”, termina o comunicado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ao que o Observador apurou, em causa estão mensagens trocadas num grupo de Whatsapp com um grupo de alunos do secundário de um colégio em Lisboa onde o padre tem funções, além da paróquia. A denúncia foi feita por uma mãe, descontente com a linguagem utilizada, há já mais de dois meses. Os jovens foram ouvidos e mostraram as mensagens não revelando sentir qualquer desconforto em relação ao padre. Já o padre terá assumido a linguagem imprópria, pondo-se à disposição de uma eventual sanção por isso. Assumiu não estar bem psicologicamente e estará agora de baixa médica.

A Polícia Judiciária não encontrou no caso qualquer indício de crime que justificasse a abertura de um processo-crime.

A Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis, coordenada pelo bispo auxiliar D. Américo Aguiar, tem como missão analisar casos de eventuais abusos de menores ou pessoas vulneráveis por parte do clero, acompanhar as vítimas e trabalhar no sentido da prevenção deste tipo de casos.

Esta comissão é uma das 21 comissões diocesanas criadas em Portugal entre 2019 e 2020 por decisão do Papa Francisco, na sequência da crise dos abusos sexuais que atingiu um ponto de rutura em 2018 e obrigou a Igreja Católica a tomar medidas sem precedentes para a prevenção e investigação de casos de abuso.