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O número de ucranianos que entra na União Europeia (UE) em fuga da guerra está já abaixo do período pré-pandemia, registando-se até 40 mil passagens diárias nas fronteiras comunitárias, já com regressos ao país, segundo a Comissão Europeia.

A informação é avançada pela comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, que em entrevista à Lusa e outras agências internacionais, em Bruxelas, afirma que “o número de pessoas que atravessam diariamente a fronteira da UE para a Ucrânia situa-se entre 35 a 40 mil por dia“.

“O que vemos neste momento é que o número de pessoas que atravessam a fronteira da Ucrânia para a UE e da UE para a Ucrânia é mais ou menos o mesmo e os números estão de volta a um nível que, na realidade, é mais baixo do que antes da pandemia“, explica a responsável europeia pela tutela, falando depois de uma viagem à Ucrânia.

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Assim, “não vemos muitas pessoas a fugir neste momento, mas vemos algumas pessoas em deslocações circulares e isso é um comportamento normal e que já havia antes da guerra, de pessoas que vivem nas zonas fronteiriças”, precisa Ylva Johansson.

“Os ucranianos querem regressar à normalidade tanto quanto possível — não é possível em todas as áreas, mas atualmente  é possível em parte da Ucrânia — e as pessoas estão a regressar aos seus empregos na Ucrânia, pelo que, neste momento, não vemos muita gente a chegar” à UE, acrescenta.

Depois de a UE ter decidido ativar pela primeira vez, em março passado, a proteção temporária devido ao afluxo em massa de ucranianos que fogem da guerra, a comissária europeia indica que, de momento, existem 3,9 milhões de ucranianos registados no âmbito desta medida em países comunitários.

“Não sabemos exatamente quantas pessoas decidiram realmente regressar, [já que] pode haver uma parte destes 3,9 milhões a beneficiar da proteção temporária na UE, que estão agora na Ucrânia porque regressaram pelo menos durante algum tempo e depois não sabem se podem ficar permanentemente ou não porque o país ainda está em guerra”, aponta Ylva Johansson.

A responsável adianta, nesta entrevista com agências internacionais, que são necessárias “melhores estatísticas daqueles que beneficiam de proteção temporária e que neste momento não estão a permanecer na UE”, razão pela qual irá abordar este assunto, na quinta-feira, na reunião da plataforma de solidariedade com a Ucrânia, ocasião na qual os Estados-membros trocam informações práticas referentes à chegada de milhões de pessoas aos países europeus.

“Claro que [os ucranianos] são bem-vindos de volta à UE se as coisas piorarem e este vai ser o tema da reunião temporária da plataforma de solidariedade que terá lugar amanhã [quinta-feira]”, conclui Ylva Johansson.