Dois treinadores portugueses, duas fortunas diferentes. Do lado do Wolverhampton, Bruno Lage ainda não tinha conseguido ganhar qualquer jogo na Premier League. Do lado do Fulham, Marco Silva levava apenas uma derrota e teve um último dia de mercado que lhe ofereceu Kurzawa, Willian, Daniel James e ainda Vinícius. Este sábado, ambos eram novamente colocados à prova à mesma hora.

Em casa, a equipa de Bruno Lage recebia o Southampton, uma equipa acabada de vencer o Chelsea. Em Londres, o Fulham deslocava-se ao terreno do Tottenham para um dérbi da capital contra um conjunto que tem estado consistentemente no topo da classificação. Para Lage, o Wolves estava “preparado” e iria capitalizar os “sinais que tem dado” ultimamente. Para Silva, a equipa tinha de se manter “humilde” e ter “coragem”.

Começando pelo Wolverhampton, Bruno Lage mantinha o meio-campo totalmente português, com Matheus Nunes, João Moutinho e Rúben Neves, mas lançava Podence em detrimento de Gonçalo Guedes e apostava no reforço Kalajdžić no ataque, sendo que Raúl Jiménez começou por estar incluído no banco de suplentes mas ficou mesmo de fora da convocatória, adivinhando-se um problema físico do mexicano. Do outro lado, Ralph Hasenhüttl já podia contar com Maitland-Niles, jovem emprestado pelo Arsenal no derradeiro dia do mercado de verão, que começava no banco.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A equipa mais portuguesa de Inglaterra foi para o intervalo a vencer e, quase naturalmente, com um golo falado em português: transição rápida, enorme passe de Matheus Nunes a partir da direita e Podence, totalmente sozinho no poste mais distante, só precisou de encostar para abrir o marcador (45+1′). Lage mexeu no início da segunda parte, lançando Guedes e depois também Traoré e Hwang, e o resultado não voltou a alterar-se, com o Wolverhampton a bater o Southampton (1-0) e a alcançar finalmente a primeira vitória nesta edição da Premier League.

Em Londres, no Fulham, Marco Silva lançava João Palhinha no onze inicial e tinha os reforços Willian, James e Vinícius no banco de suplentes. Do outro lado, Antonio Conte mantinha a equipa habitual, com Son e Richarlison no apoio a Harry Kane, e também colocava Eric Dier no setor defensivo. O Tottenham foi sempre superior na primeira parte, chegando ao intervalo a vencer naturalmente graças a um golo de Højbjerg (40′) com assistência de Richarlison. O avançado brasileiro, que curiosamente chegou a Inglaterra pela mão de Marco Silva, primeiro no Watford e depois no Everton, era claramente o elemento ‘mais’ dos spurs e ia fazendo a diferença.

Na segunda parte, já depois de o treinador português estrear Willian e James, Harry Kane aumentou a vantagem no último quarto de hora (75′) e deixou o jogo aparentemente fechado. Um golo de Mitrovic já nos derradeiros 10 minutos ainda relançou a partida mas o Tottenham acabou mesmo por segurar a vantagem e carimbar o triunfo. O Fulham perdeu pela segunda vez na Premier League, os spurs continuam sem derrotas (2-1).