Os EUA têm planos para investir na energia nuclear e conseguir a independência energética do petróleo através de 300 novos reatores de última geração, mas têm um problema em mãos: a maior parte do urânio enriquecido é proveniente da Rússia, sendo que é uma empresa estatal que controla quase metade da produção.

De acordo com o El Confidencial, que cita o site Oil Price, os EUA não podem ambicionar pôr fim a uma dependência e ficar, ao mesmo tempo, refém de outra potência, principalmente a Rússia, e de outro combustível. Porém, há ainda outra questão, já que a China se pode também se tem posicionado para se transformar na primeira potência de produção de urânio.

A dependência que os EUA têm do urânio enriquecido produzido pela Rússia é tal que a empresa que o produz, a Rosatom, nem sequer é alvo de sanções. Ao contrário da maioria das empresas energéticas russas que depois da invasão foram sancionadas pelo ocidente, o urânio russo foi deixado de fora pela necessidade que EUA e Europa têm.

O jornal espanhol recorda que no momento em que as sanções começaram a ser implementadas houve uma avaliação relativa ao urânio. O Departamento de Estado dos EUA estava a analisar a situação e possíveis medidas contra a empresa russa quando, segundo o comité de energia do Congresso dos EUA, a associação de Produtores de Urânio da América assumiu a dependência russa.

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“Quase nada do combustível necessário para alimentar a frota nuclear dos EUA provem de produtores nacionais”, alertou a associação, esclarecendo que os EUA compra “quase metade do urânio que consome na Rússia, Cazaquistão e Uzbequistão”.

O plano que os EUA traçaram para reduzir a dependência de outros tipos de combustível depende do investimento em 300 novos reatores que aumentariam a produção elétrica do país, mas para esse objetivo seja colocado em prática será necessária a existência de urânio enriquecido, assegura a TerraPower, empresa nuclear financiada por Bill Gates.

Outra das possibilidades apontadas para que o urânio enriquecido continue a chegar é a reciclagem do mesmo. De acordo com o El Confidencial, que recorda uma investigação publicada durante o verão, haveria energia suficiente nos resíduos nucleares dos EUA para que se produza eletricidade para os próximos 100 anos. Já a empresa TerraPower aponta para a possibilidade de se “explorar a diluição de urânio” como uma forma de obter o combustível necessário para os núcleos dos reatores.