A Fundação Bill e Melinda Gates doou 1,4 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros ao câmbio atual) para ajudar pequenos agricultores em África e Ásia a adaptarem-se às mudanças climáticas, anunciou esta segunda-feira a organização filantrópica.

O montante será distribuído ao longo de quatro anos para promover inovações que permitam aos pequenos agricultores resistir melhor às secas, ondas de calor e inundações extremas amplificadas pelas alterações climáticas.

É necessário financiamento adicional para garantir que as inovações agrícolas e tecnológicas estejam amplamente disponíveis para as comunidades vulneráveis”, disse em comunicado Bill Gates, o bilionário cofundador da gigante de computadores Microsoft.

O anúncio foi feito por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.

Organizações que representam 350 milhões de pequenos agricultores defenderam, no primeiro dia de trabalhos, que a construção de um “sistema alimentar que possa alimentar o mundo num planeta em aquecimento” seja uma “prioridade” para a COP27.

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Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre os falhanços das Conferências do Clima.

COP 27. Porque falham as cimeiras do clima?

“Os efeitos das mudanças climáticas já são devastadores e cada vez que o mundo atrasa a ação, mais pessoas sofrem e as soluções tornam-se mais complexas e caras”, disse o presidente-executivo da Fundação Gates, Mark Suzman.

A verba doada pela fundação vai, principalmente, incentivar novas tecnologias, ajudar as mulheres ou promover inovações no manejo do gado.

Uma plataforma desenvolvida com o Quénia ajudará os agricultores a antecipar melhor as ameaças climáticas, com mensagens de texto enviadas para os seus telemóveis que podem ajudá-los a salvar as colheitas.

Especialistas saudaram o anúncio da Fundação Gates, mas insistiram ser necessário um apoio mais amplo.

Elizabeth Robinson, diretora do Center for Climate Change Economics and Policy, saudou o anúncio, que classificou como “importante”, ao dizer que “a escala do problema é tal que os governos, o setor privado e as organizações internacionais devem aumentar os seus compromissos com a segurança alimentar”.