O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, foi esta sexta-feira eleito presidente da Internacional Socialista e prometeu lutar pela “igualdade efetiva entre homens e mulheres”, por não haver “tarefa mais profunda para um socialista”.

A igualdade “real e efetiva entre homens e mulheres” é “uma meta prioritária para a social-democracia”, afirmou o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), na abertura do XXVI Congresso da Internacional Socialista, em Madrid, poucos minutos antes de ser eleito novo presidente da organização.

Dirigindo-se aos homens, Sánchez disse-lhes que “está na hora” de participarem, “ativamente” e não com “discursos paternalistas”, na “causa feminista” porque “a igualdade é um bem social que se converte em dignidade, fonte de riqueza, desenvolvimento e prosperidade” das sociedades.

“Não me ocorre tarefa mais profunda para um socialista do que lutar pela igualdade efetiva entre homens e mulheres”, afirmou, prometendo que é isso que vai fazer como presidente da Internacional Socialista.

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Além desta questão, elencou como prioridades colocar a emergência climática “no centro da agenda política económica e social”, dando-lhe “uma perspetiva de inclusão social e territorial”; apostar no multilateralismo, “com as Nações Unidas à cabeça”, como caminho para a paz e a democracia em todo o mundo; a construção de economias justas e inclusivas, em que os sacrifícios são partilhados de forma equitativa; e a defesa dos direitos dos trabalhadores em todas as sociedades.

Sánchez prometeu fazer da Internacional Socialista “uma grande plataforma ideológica do movimento progressista internacional”, convocando e revitalizando a social-democracia para “mostrar ao mundo que é o único caminho para uma sociedade mais justa”.

“Se há uma palavra que resume o que é ser socialista, social-democrata ou trabalhista é agir. Agir significa insurgir-se contra a resignação e dar motivos de esperança perante o pessimismo que a direita e os movimentos reacionários pretendem difundir na política nacional e internacional”, afirmou, referindo a “visão conservadora” que transmite a ideia de que “há coisas que não se conseguem mudar”.

Pedro Sánchez era o único candidato neste congresso a presidente da Internacional Socialista e sucede ao grego George Papandreou, no cargo desde 2006.

A Internacional Socialista reúne partidos social-democratas, socialistas e trabalhistas de todo o mundo, agrupando atualmente mais de 130 forças políticas de todos os continentes.

À frente da Internacional Socialista, fundada em 1951, já estiveram os antigos primeiros-ministros Willy Brandt (Alemanha, entre 1976 e 1992), Pierre Mauroy (França, de 1992 a 1999), António Guterres (Portugal, entre 1999 e 2005) e George Papandreou (Grécia, desde 2006).

No arranque do congresso de Madrid foi também eleita Benedicta Lasi, do Gana, como nova secretária-geral. Era a única candidata ao cargo e tornou-se na primeira mulher africana a ser secretária-geral da Internacional Socialista, como vincaram Pedro Sánchez e George Papandreou.

A aclamação oficial da nova direção ocorrerá no domingo, no encerramento do congresso. No sábado, o programa do encontro da Internacional Socialista em Madrid prevê uma sessão com Sánchez e o homólogo português, António Costa, dedicada ao tema da energia.