Mikhail Popkov, um assassino em série russo que confessou a morte de mais de 80 pessoas entre 1992 e 2010, voluntariou-se para combater a favor do Kremlin na Ucrânia. Mas as autoridades russas já garantiram que o homicida, que violava as vítimas depois de as matar, vai continuar detido: as afirmações que proferiu, e que foram noticiadas pelo site Vesti no Telegram, não passam de “chamadas de atenção”.

Também conhecido como o “Maníaco de Angarsk” e “O Lobisomem”, Mikhail Popkov foi condenado a duas penas de prisão perpétua pela morte de 79 pessoas, a esmagadora maioria das quais mulheres, mas as autoridades acreditam (e Mikhail Popkov confirma) que o número de mortes chega pelo menos às 83. Agora que o Kremlin está a conceder indultos a prisioneiros que sobrevivam mais de seis meses na linha de batalha, o homem de 58 anos anunciou que está disponível para lutar na Ucrânia.

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A disponibilidade do assassino em série foi conhecida três dias depois de Mikhail Popkov ter confessado o homicídio de mais pessoas numa carta enviada à polícia russa — confissão essa que está agora em investigação, 11 anos depois de o homem ter sido detido e oito anos após ter sido condenado. O prisioneiro, que cumpria pena na região russa da Mordóvia, foi transferido para Irkutsk após as confissões. Em entrevista à Vesti, questionado sobre qual é o seu sonho, respondeu: “Entrar no Exército”.

“Realisticamente, como conseguiria sobreviver em janeiro e fevereiro?”, questionou: “Para mim as geadas mais frias são as piores”, admitiu. Ainda assim “não hesitaria”, mesmo sabendo que “não é um jogo de computador”, nem “livros de ficção com super-heróis”: “A minha especialização militar está em alta procura agora. Embora esteja na prisão há 10 anos, não acho que seja assim tão difícil aprender novas habilidades”.

Mikhail Popkov, considerado o pior assassino em série da Rússia, foi polícia e segurança numa empresa petrolífera russa antes de ser detido pela autoria das dezenas de homicídios e por cometer necrofilia com os corpos. Foi casado e tem uma filha.

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Após a detenção, Mikhail Popkov disse que tinha cometido os crimes por “convicções internas”: depois de se ter convencido de que a mulher o traía (algo que não correspondia à verdade), começou a atacar mulheres durante a noite. Algumas eram prostitutas, outras eram mulheres que Mikhail Popkov encontrava em atividades que considerava imorais — incluindo ir a festas sem companhia do sexo masculino.

No momento dos ataques, Mikhail Popkov vestia o uniforme de polícia e oferecia boleia às mulheres, afirmando que as levaria em segurança até aos seus carros ou mesmo até casa. Levava-as então para locais remotos, obrigava-as a despirem-se e atacava-as com armas como facas, machados e bastões de beisebol. Violava-as quando já estavam cadáveres. Mikhail Popkov é conhecido não só por ser um serial killer mas pela violência dos seus atos, sobretudo das mutilações que infligia nos corpos.

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Após quase 20 anos de assassínios em série, Mikhail Popkov acabou por ser descoberto graças aos rastos de um carro encontrado na esmagadora maioria dos locais dos crimes — um jipe Lada 4×4 que o ex-polícia tinha. O ADN encontrado nos corpos das vítimas foi cruzado com o de uma base de dados que continha o material genético de 3.500 agentes (em funções e retirados) da região de Irkutsk. Quando os resultados mostraram que o ADN pertencia a Mikhail Popkov, o homem foi detido.