O Credit Suisse reconheceu, nesta terça-feira, que foram encontradas “deficiências graves” nos controlos internos de reporte financeiro, uma admissão que está a fazer subir o risco associado ao banco nos mercados financeiros. O custo dos “credit default swaps” (uma espécie de seguro contra incumprimento na dívida emitida pelo banco) saltou para um máximo histórico, em reação a essa notícia que veio agravar os receios que já existiam no setor devido à falência do Silicon Valley Bank.

“A liderança do banco não concebeu nem manteve processos de avaliação de risco eficazes, capazes de identificar e avaliar o risco de erros no reporte de relatórios financeiros”, reconheceu o Credit Suisse nos resultados anuais cuja divulgação tinha sido originalmente marcada para a semana passada mas foi adiada depois de um telefonema de última hora por parte do regulador do mercado norte-americano, a SEC.

Vamos introduzir medidas de controlo robustas para garantir que todos os itens não monetários são adequadamente refletidos na demonstração dos fluxos de caixa do banco”, garantiu a liderança do Credit Suisse.

O Credit Suisse garante que o problema está a ser resolvido e que este reconhecimento não afeta os resultados anuais, que foram de um prejuízo histórico de cerca de 7,3 mil milhões de francos suíços (aproximadamente 7,5 mil milhões de euros) – 1,5 mil milhões só no quarto trimestre –, à conta da profunda reestruturação que o banco está a fazer para tentar superar os graves problemas e escândalos dos últimos anos.

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Credit Suisse treme, escândalo atrás de escândalo, e mercados receiam novo Lehman

Além do pessimismo refletido nas ações, que nos últimos dias tocaram os valores mais baixos de sempre, a pressão sobre o banco é ainda mais visível no custo e na negociação dos “credit default swaps” (CDS), uma espécie de seguro contra incumprimento na dívida emitida pelo banco. Os CDS do Credit Suisse dilataram-se ainda mais, para valores inéditos no banco, acima dos 550 pontos-base.

Saltou para máximo histórico o preço de comprar um “credit default swap” que, durante cinco anos, protege o investidor de incumprimento na dívida do banco.

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