É tudo uma questão de probabilidades. Com a crucial vitória imposta ao Arsenal a meio da semana e ainda com um jogo a menos, o Manchester City lançou-se para a reconquista da Premier League e tornou-se o principal favorito à vitória na liga inglesa. De repente, com um esclarecedor 4-1 no Etihad, os citizens ficaram com 90% de probabilidades de serem novamente campeões nacionais nas principais casas de apostas. Os gunners têm os restantes 10%.

Este domingo, porém, o Manchester City voltava a ter um dia importante. Uma vitória em Craven Cottage, perante o Fulham, significava que a equipa de Pep Guardiola passava oficialmente para a liderança da Premier League — e ainda ficava com menos um jogo do que o Arsenal, ou seja, podia ainda estender a vantagem para os quatro pontos de diferença. E o treinador espanhol, ainda nas meias-finais da Liga dos Campeões e na final da Taça de Inglaterra, só podia sentir-se privilegiado.

Qual é coisa, qual é ela, que antes de o ser já parece que o é? O City líder da Premier League

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“Nunca esperei viver tudo aquilo que já vi. Nunca, na minha vida, esperei chegar aqui. Tudo está muito para além de tudo aquilo que esperava e estou mais do que grato por ter estado com equipas e jogadores incríveis neste tipo de vida que todos temos. Se alguém que me dissesse que amanhã teria de acabar a minha carreira, por algum motivo, não podia pedir mais nada. Mais nada. Sou tão afortunado e privilegiado. É um privilégio chegar ao fim da temporada a lutar por títulos, é a melhor sensação que posso ter”, disse Guardiola na antevisão da deslocação a Londres.

Assim, e na antecâmara de uma receção ao West Ham a meio da semana, o técnico decidia poupar Bernardo Silva e lançava Julián Álvarez em conjunto com Gündoğan no apoio a Haaland, sendo que Grealish e Mahrez eram os naturais responsáveis pelos corredores e Rúben Dias era titular na defesa. Do outro lado, Marco Silva tinha João Palhinha e também Carlos Vinícius, antigo avançado do Benfica, no onze inicial.

O City abriu o marcador logo nos instantes iniciais, com Tim Ream a fazer falta sobre Álvarez na grande área do Fulham e Haaland a converter o penálti, alargando o máximo absoluto de golos marcados numa única temporada da Premier League e chegando aos 50 pelos citizens em todas as competições. O avançado norueguês tem agora mais 21 golos do que qualquer outro jogador na liga inglesa — e mais golos do que sete equipas inteiras em Inglaterra.

O Fulham não atirou a toalha ao chão e empatou à passagem do quarto de hora inicial: Harry Wilson recebeu de cabeça na área depois de um passe longo e Vinícius, à verdadeiro ponta de lança, atirou em força para bater Ederson (15′). Marco Silva foi forçado a realizar uma substituição pouco depois, com Tim Ream a sair lesionado para deixar entrar Issa Diop, e o City recuperou a vantagem ainda antes do intervalo.

Mahrez conduziu um contra-ataque rápido, deixou em Álvarez e o argentino atirou de fora de área para surpreender Leno e colocar os citizens novamente a vencer. O resultado já não voltou a alterar-se, com Bernardo e Foden a entrarem já nos últimos instantes, e o Manchester City não só chegou à oitava vitória consecutiva na Premier League como alcançou a liderança da classificação e depende apenas de si próprio para ser novamente campeão inglês. Apesar de Guardiola ainda não acreditar.