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Mikhail Mizintsev, o coronel-general que até há menos de uma semana ocupava o posto de vice-ministro da Defesa, acabou de se tornar vice-líder do grupo Wagner. A informação foi confirmada num vídeo divulgado pelo próprio grupo nas redes sociais, onde é possível ver Mizintsev com as insígnias da Wagner a conversar com outros membros da empresa de mercenários.
NEW — #Russia's "Butcher of #Mariupol," Col. Gen. Mikhail Mizintsev has just been ID'd as the newly appointed deputy leader of the #Wagner Group.
He was Deputy Minister of Defense until a week ago, when he was sacked.
Very interesting… pic.twitter.com/QDwfZJqvrA
— Charles Lister (@Charles_Lister) May 4, 2023
Mizintsev, que até ser afastado ocupava o posto de responsável pela logística dentro do Ministério, é conhecido como “O Carniceiro de Mariupol” pelo seu papel como oficial no ataque à cidade ucraniana.
Mikhail Mizintsev foi nomeado vice-ministro da Defesa em setembro do ano passado, mas Putin decidiu colocar um fim ao seu mandato no final de abril. Aos 59 anos, Mizintsev foi o cérebro das operações que determinaram a captura da cidade ucraniana de Mariupol. Um dos ataques considerados mais graves foi num teatro que servia de abrigo a civis e onde estavam muitas crianças. O edifício estava, aliás, identificado como tal, uma vez que tinha a palavra “crianças” no exterior, em russo. Só neste teatro terão morrido cerca de 300 pessoas.
Mas os ataques atribuídos a este homem não ficam por aqui. Também terá sido Mikhail Mizintsev o responsável pelo bombardeamento da maternidade de um hospital pediátrico — onde estavam crianças e mulheres em trabalhos de parto. Na sequência dos bombardeamentos a hospitais e abrigos de civis na cidade, o Reino Unido sancionou o coronel-general russo.
Este desenvolvimento surge numa altura em que correm rumores cada vez mais fortes de uma luta interna entre o grupo mercenário e a cúpula do poder do Kremlin. A contratação de Mizintsev tem sido entendida por vários especialistas como uma tentativa de Prigozhin consolidar o seu poder e recrutar aliados (havendo no entanto quem ache que teve o aval de Vladimir Putin. O líder do grupo Wagner tinha, inclusive, oferecido uma posição ao antigo vice-ministro apenas um dia depois de este ter sido demitido.
Num comunicado em vídeo após a notícia, Prigozhin elogiou o general, mas não confirmou que este se tinha juntado aos Wagner, justificando-se com o facto de, durante uma guerra, tais assuntos serem “secretos”. O conhecido canal de Telegram Gray Zone, que tem ligações ao grupo Wagner, também elogiou Mizintsev, que descreveu como “não o primeiro, e obviamente não o último general que foi expulso do seu lugar por burocracia e bajulação”.