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O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou esta quarta-feira que a visita do secretário-geral da NATO na quinta-feira a Portugal vai debruçar-se sobre a Ucrânia, mas também permitir alertar para a presença e “objetivos destabilizadores” da Rússia em África.

“Vamos ter a oportunidade de sublinhar a importância de também olhar para o flanco sul, sendo também evidente que, neste momento, a maior ameaça para a NATO vem da Rússia“, afirmou João Gomes Cravinho, à margem do Fórum Económico Portugal-Angola, que decorreu no Porto.

Questionado sobre o propósito da visita do secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte), Jens Stoltenberg, a Portugal para um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que o encontro surge na sequência de uma “ronda por países da NATO” antes da cimeira de líderes da Aliança Atlântica, que ocorrerá em julho, em Vilnius, na Lituânia.

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“Ao mesmo tempo que a Rússia está a cometer um crime de agressão contra a Ucrânia, verificamos que tem também uma presença forte em África, através da Wagner, grupos mercenários, alimentação de redes de informação falsa e vamos falar desses temas com o secretário-geral da NATO”, observou.

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João Gomes Cravinho destacou a presença de grupos mercenários russos como o Wagner, “um braço armado do Kremlin”, na República Centro-Africana, no Mali, assim como noutros países, ainda que “mais discreta”, mas que “não deixa de ser perigosa”.

“Receamos que venha a estar presente no Sudão, sempre com objetivos destabilizadores da parte russa (…) Uma África instável é um problema muito grande para a Europa“, destacou o ministro.

A par da presença russa em países africanos, João Gomes Cravinho esclareceu que o encontro abordará a guerra da Ucrânia, bem como as “perspetivas para a paz”.

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“Terá sempre de ser uma paz justa, ou seja, uma paz que é negociada em termos aceitáveis para Ucrânia”, referiu.

Questionado se o encontro potenciaria o envio de mais equipamento militar português para a Ucrânia, João Gomes Cravinho remeteu a resposta para a ministra da Defesa, destacando que Portugal continuará a apoiar a Ucrânia “nas quatro frentes [política, militar, económica e humanitária]”, ainda que os ‘stocks’ portugueses não sejam “ilimitados”.

“Os nossos stocks não são ilimitados. A nossa capacidade de continuar a apoiar militarmente [a Ucrânia] vai diminuindo com o tempo”, acrescentou.

Na segunda-feira, a Aliança Atlântica anunciou a visita do secretário-geral da NATO a Portugal para um encontro com o primeiro-ministro, estando prevista uma conferência de imprensa conjunta.