Na região de El Prat de Llobregat, em Barcelona, Alejandro, um homem de 48 anos que pesa cerca de 250 quilos, foi resgatado pelo bombeiros após ficar ‘preso’ no (muito) lixo que estava no seu apartamento. A operação de resgate durou, no total, sete horas.

Foi às 8h30 desta quarta-feira (menos uma hora em Lisboa) que as autoridades receberam o alerta de Alejandro de que precisava de ajuda, uma vez que tinha caído em casa e não comia ou bebia há vários dias. O jornal El País revela que os bombeiros tiveram de utilizar uma escavadora para, pela janela do apartamento, que ficava no rés do chão, retirar o lixo — como sacos de plástico e caixas — que aí estava acumulado. A imprensa espanhola avança que o homem terá, alegadamente, Síndrome de Diógenes, uma doença que é caracterizada por um descuido com o asseio da casa ou pelo isolamento social.

Só às 12h é que os bombeiros conseguiram alcançar Alejandro e, depois de verificarem que estava bem e de o colocarem a oxigénio, uma vez que apresentava dificuldades respiratórios, iniciaram as manobras de resgate. Conseguiram retirá-lo pela janela do apartamento com recurso a uma empilhadeira por volta das 15h. Neste momento, o homem de 48 anos encontra-se internado no hospital, mas não corre risco de vida. Arnau García, responsável pela Ação Social e comunitária da região de El Prat de Llobregat, disse que é preciso “analisar se Alejandro pode voltar para casa ou se precisa de ser internado“, por exemplo, num lar.

Alejandro trabalhava no aeroporto como informático. Porém, desde a pandemia — quando ficou em teletrabalho — que não saía de casa. Os vizinhos já tinham alertado, mais do que uma vez, a Câmara Municipal de Barcelona para a situação. “É escandaloso”, criticou um dos vizinhos (que preferiu manter o anonimato), em declarações ao El País, ao relembrar a falta de ação no passado. “Falaram com ele ao telefone e ficaram satisfeitos quando disse que estava bem”, indicou.

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Arnau García afirmou que, nessa altura, Alejandro disse que estava bem e que ninguém poderia entrar no seu apartamento. Além disso, segundo o responsável, o alerta dos vizinhos era apenas que não o viam, não existindo “indicação de condições insalubres ou mau cheiro”. Porém, lamentou o facto de um detalhe ter passado despercebido: há anos que o homem não ia buscar os seus medicamentos à farmácia.