O ex-diretor executivo da Google, Eric Schmidt, afirmou segunda-feira que a desinformação sobre as eleições presidenciais de 2024 nos EUA vai aumentar à medida que as novas ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa fiquem mais disponíveis.

“As eleições de 2024 vão ser um desastre, porque as redes sociais não nos protegem da informação falsa gerada pela IA”, declarou Schmidt em uma entrevista com a estação televisiva CNBC.

As redes “estão a trabalhar no problema, mas ainda não o resolveram” acrescentou.

Em novembro, a OpenAI tornou público e gratuito o seu instrumento de conversação entre humano e computador (chatbot) de IA, o ChatGPT, e desde então esta ferramenta que permite gerar textos popularizou-se, bem como outras que permitem gerar fotos e vídeos através de textos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O grande éxito e a grande procura destas ferramentas fizeram com que “pesos pesados” da tecnologia, como Google e Microsoft, lançassem este ano os seus próprios serviços gratuitos de chatbots com IA.

ChatGPT dá conversa à internet. Os limites, perigos e promessas do novo fenómeno da inteligência artificial

A popularidade destas ferramentas faz com que vários peritos e legisladores se preocupem tanto com a sua regulação como com os efeitos que pode ter a curto e longo prazo.

Schmidt disse esta terça-feira que “o perigo a curto prazo é a desinformação”.

A Google decidiu recentemente deixar de eliminar as afirmações falsas sobre uma existência de fraude generalizada nas eleições presidenciais nos EUA, em 2022, argumentando que a sua decisão visava equilibrar os seus objetivos de proteger a comunidade e ser um fórum de discussão aberta.

Quando foi questionado sobre esta mudança de política, Schmidt comentou que as redes sociais deveriam permitir “a liberdade de expressão para os humanos, não para os computadores”.

Acrescentou ainda que “o que as redes sociais devem fazer é marcar todo o conteúdo, saber quem são os utilizadores e responsabilizar as pessoas se violarem a lei”.