Os Estados-membros da União Europeia concordaram na quinta-feira na importância de assegurar “compromissos de segurança” a longo prazo à Ucrânia, para ajudar o país a dissuadir ameaças, e de melhorar a indústria da Defesa europeia.

De acordo com as conclusões da reunião do Conselho Europeu, divulgadas durante a madrugada desta sexta-feira, os 27 da União Europeia (UE) “estão prontos para contribuir, em conjunto com os parceiros, para compromissos de segurança futuros à Ucrânia”.

Estes compromissos, que não são especificados, permitirão à Ucrânia “defender-se a longo prazo, dissuadir atos de agressão e resistir a esforços de destabilização”.

O Conselho acrescentou que vai “prontamente considerar as modalidades desta contribuição”.

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Mas há uma ressalva: “Estes compromissos respeitarão as políticas de defesa e segurança de certos Estados-membros e terão em conta os interesses de defesa e segurança de todos.”

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Das conclusões constam referências à “deportação ilegal” de crianças ucranianas para a Rússia e Bielorrússia, a necessidade de os 27 continuaram a apoiar a Ucrânia a nível militar e económico-financeiro, assim como esforços para assegurar a reconstrução do país depois da guerra.

O Conselho Europeu também “reconhece o empenho e esforços substanciais da Ucrânia para cumprir as condições requeridas” para aderir à UE e encoraja o país a prosseguir esta trajetória.

No que diz respeito à Defesa, os 27 concordaram que têm de trabalhar para “fortalecer a base tecnológica e industrial” deste setor e fazer “com que seja mais inovador, competitivo e resiliente”.

Isto vai requerer dos Estados-membros “prontidão de defesa e um aumento significativo da estratégia a longo prazo” da União Europeia.

O Conselho sublinhou ainda a importância de concretizar a aquisição conjunta de munições de artilharia e mísseis e exortou a Comissão Europeia a apresentar uma proposta para o Programa de Investimento na Defesa Europeia.

Ao início da tarde de quinta-feira, os 27 discutiram a invasão da Rússia com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, que participou presencialmente na reunião, e com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que voltou a participar por videoconferência.

Ainda não é conhecido o que Stoltenberg disse durante o encontro, mas Zelensky descreveu a evolução da contraofensiva, insistiu que é o momento de avançar para as negociações de adesão à UE e pediu mais sanções contra Moscovo, com uma maior cadência, para pressionar ainda mais o Kremlin.