O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, acusa o primeiro-ministro, António Costa, de “displicência” em relação aos casos de corrupção dentro do seu Governo e aponta para um padrão, destacando o caso do antigo primeiro-ministro José Sócrates.

No seu comentário semanal na SIC, Marques Mendes comentou o caso da demissão do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, por suspeitas de corrupção. E destacou a reação do primeiro-ministro, que afirmou que a corrupção não é um dos temas que mais preocupa os portugueses.

“É um bocadinho assustador”, classificou o ex-líder dos sociais-democratas, dizendo que a “mensagem que passa é a de que está a desvalorizar o combate à corrupção”.

É por coisas destas que se criou o monstro Sócrates”, acrescentou o comentador. “Estavam lá todos ao lado dele: António Costa, Santos Silva, eram todos ministros.”

Marques Mendes destacou, contudo, a exceção do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que numa entrevista recente à Rádio Renascença admitiu existir “um padrão” que é “transversal aos governos” no que diz respeito à corrupção. “Ainda há no PS, felizmente, quem seja sensível à ética e ao combate à corrupção”, acrescentou.

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Outra exceção elogiada pelo antigo líder do PSD foi António Lacerda Sales, pelo seu trabalho à frente da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP e pela “frontalidade” que assumiu este domingo, ao criticar as recentes declarações do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que comparou alguns deputados da CPI a “procuradores do cinema americano de série B”.

Por outro lado, Marques Mendes não hesitou em criticar a autora do relatório final da comissão parlamentar de inquérito à TAP, Ana Paula Bernardo, por ter tentado “reescrever a história desta comissão”. “Com um objetivo claro: agradar a António Costa e a Pedro Nuno Santos. Ao líder atual e ao líder futuro”, disse, lamentando que os deputados estejam mais preocupados em “agradar aos chefes partidários” do que ao povo.

Ainda antes de terminar, Luís Marques Mendes fez uma aposta: a de que os principais candidatos a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas serão Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.