Foram nove meses de abrandamento, até que chegou agosto. No mês que termina esta quinta-feira, a inflação homóloga terá acelerado para 3,7%. De acordo com a estimativa rápida publicada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o aumento do preço dos combustíveis estará por trás da subida. Em julho, a inflação homóloga tinha-se situado nos 3,1%, o que traduz uma subida de 0,6 pontos percentuais.

“Esta aceleração é essencialmente explicada pelo aumento de preços registado nos combustíveis”, refere o INE. Em agosto, o preço dos combustíveis atingiu os valores mais elevados do ano. Agosto foi também o mês da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorreu nos primeiros seis dias do mês.

Segundo o INE, a inflação subjacente, que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, até abrandou face ao mês anterior, de 4,7% para 4,5%.

Já o índice que inclui só os produtos energéticos continua negativo, nos -6,5%, mas recuou menos face a julho, quando a descida foi de -14,9%.

O índice relativo aos produtos alimentares não transformados terá passado de 6,8% em julho para 6,5% em agosto.

A variação mensal do Índice de Preços no Consumidor terá sido 0,3%, depois de ter sido negativa no mês anterior.

O INE estima uma variação média nos últimos doze meses de 6,8% na inflação. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que serve de base a comparações europeias, terá registado uma variação homóloga de 5,3%, uma subida expressiva face aos 4,3% do mês anterior.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Eurostat também revelou esta quinta-feira os números da inflação na zona euro, que mostram que o indicador estabilizou nos 5,3% em agosto, o mesmo que em julho. Todas as componentes que integram o índice abrandaram, à exceção da energia. A estimativa rápida do Eurostat revela que Bélgica e Espanha são os únicos dois países onde a inflação está abaixo dos 3%, apesar de em ambos os preços terem acelerado em agosto. Portugal registou a nona taxa de inflação mais baixa da zona euro em agosto.

A inflação de agosto é a que serve de base à atualização das rendas. Segundo o destaque do INE, a inflação média dos últimos 12 meses excluindo habitação ficou nos 6,94%.  No último ano foi adotada uma norma travão que limitou o aumento das rendas em 2023 a 2%.

Os dados definitivos da inflação de agosto de 2023 serão publicados no próximo dia 12 de setembro.

INE confirma abrandamento da inflação em julho pelo nono mês consecutivo para 3,1%