Quando se fala num problema, o melhor é referi-lo em voz baixa para que o mau presságio não ser atraído ao ouvir o seu nome. Jurgen Klopp não tomou as devidas precauções e tanto se pronunciou sobre o fecho do mercado na Arábia Saudita se prolongar que parece estar a sofrer com os problemas que daí advêm, principalmente, porque existirá a possibilidade do treinador alemão ficar sem um dos jogadores mais influentes da equipa.

O Al-Ittihad, treinado por Nuno Espírito Santo, mostrou um interesse veemente na contratação de Mohamed Salah n último dia de mercado em Inglaterra. Inicialmente, o clube saudita chegou-se à frente com 175 milhões de euros para levar o jogador. A proposta foi prontamente recusada pelo Liverpool. A Arábia Saudita foi buscar mais algumas poupanças ao fundo de investimento público e apresentou uma nova proposta de 233 milhões de euros que fariam do egípcio a contratação mais cara da história do futebol.

“É uma história dos media“, considerou Klopp. “Tenho uma mesa grande no meu escritório, muitos papéis, um portátil, um tablet e nenhum deles está ocupado com esse tipo de notícia. Tenho muitas outras coisas para fazer e nem pensamos nisso. O Mo teve uma semana de treino completamente normal e boa. Não havia nada do meu ponto de vista em que pensar”, afirmou à Sky Sports.

Para já, ainda que a saída continue a ser uma possibilidade, o jogador foi titular na frente de ataque do Liverpool na quarta jornada da Premier League contra o Aston Villa. Perto de si, o egípcio teve Darwin Núñez. O antigo jogador do Benfica marcou dois golos nos últimos minutos na vitória dos reds diante do Newcastle e assegurou o direito de jogar de início no regresso da equipa a Anfield. A ligação entre os dois membros do trio atacante, que teve ainda Luis Díaz, deu frutos cedo no encontro. Salah fugiu na direita e, em esforço, colocou a bola em Darwin que rematou ao poste. O ressalto da bola no ferro foi tão forte que embateu em Matty Cash que fez autogolo (22′).

O setor defensivo do Aston Villa estava fragilizado com a saída por lesão de Diego Carlos. Unai Emery, treinador dos villans, lançou Leon Bailey quando se pensou que pudesse estrear Clément Lenglet, central francês contratado no último dia de mercado. O técnico espanhol colocou Konsa numa zona mais central e recuou Cash. Certo é que os centímetros de Diego Carlos iam fazer falta nas bolas paradas defensivas que já tinham deixado a equipa em apuros quando Dominik Szoboszlai (3′) adiantou o Liverpool estreou-se a marcar com a camisola da clube de Anfield.

Virgil van Dijk encontrava-se a cumprir suspensão. Nem por isso, o Liverpool teve problemas na defesa. Um remate de McGinn por cima foi a melhor chance que o Aston Villa teve para marcar ainda na primeira parte. Darwin estava bem no encontro e atirou à barra, partindo de posição irregular, mesmo antes do final dos primeiros 45 minutos. Os lucros da sociedade, Darwin/Salah viria a dar mais lucros. O uruguaio desviou ao primeiro poste e o egípcio apareceu o segundo poste (55′) para fazer o 3-0. Ryan Gravenberch, reforço do Liverpool, via da bancada uma exibição tranquila da equipa de Klopp que chegou aos 10 pontos na Premier League e continua sem ceder em casa.

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