O Movimento Alternativa Socialista (MAS) apresentou uma queixa-crime contra vários membros do partido, entre eles André Pestana, líder do sindicato de professores STOP por “falsas declarações ao Tribunal Constitucional, abuso de confiança relativamente ao uso dos meios de comunicação e gestão financeira do partido”. Contactado pelo Observador, André Pestana disse desconhecer qualquer queixa-crime.

A queixa-crime tem como alvo cinco militantes do MAS (André Pestana, Gil Garcia, Daniel Martins, João Pascoal e Flávio Ferreira) e o grupo encabeçado por Renata Cambra explica, em comunicado, que o partido foi “sequestrado por este grupo minoritário de dirigentes, [pelo facto de] a maioria do partido — tanto na direção, como na base — rejeitar o seu projeto de criar uma nova força política com contornos e métodos duvidosos”.

Em causa está a falta de acesso às redes sociais, ao e-mail e ao site do partido, assim como à conta bancária. Ainda foram iniciadas negociações para que o grupo encabeçado por Renata Cambra recuperasse esses dados, mas estas acabaram por não surtir efeito com a saída de André Pestana.

“Chegados a este ponto, tendo o grupo minoritário de ex-dirigentes demonstrado ser incapaz de reverter o seu rumo antidemocrático e destrutivo, vemo-nos obrigados a proceder legalmente, de forma a reavermos o MAS”, conclui o comunicado assinado pela Comissão Nacional do MAS.

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O caso, noticiado aqui pelo Observador, aumentou de dimensão no dia em que André Pestana, líder do STOP, abandonou o partido e acusou parte da Comissão Nacional do partido de ter lançado uma “ação destrutiva contra a liderança histórica do partido e contra militantes que têm estado na primeira linha das grandes lutas laborais”.

Seguiu-se um comunicado no site oficial do partido que, afinal, só tinha cariz de oficial para alguns e uma resposta de um outro grupo. Com Renata Cambra à cabeça, o grupo de militantes do MAS, dirigido “aos camaradas Gil Garcia, João Pascoal, Daniel Martins e André Pestana”, exigiu a “devolução imediata de todos os meios da organização” e a entrega da ligação do partido ao Tribunal Constitucional.

Quase três meses depois da saída de André Pestana, o grupo maioritário da liderança ainda não conseguiu recuperar os dados do partido no que toca a redes sociais e contas bancárias. Após a queixa-crime, o caso poderá mesmo ter de ser resolvido na justiça.

Guerra interna no MAS: da demissão de André Pestana às acusações de um partido “sequestrado” pelos históricos