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O governo japonês disse esta terça-feira não ter sido informado de que um deputado nipónico pró-russo se encontra em Moscovo, algo inédito desde o início da invasão russa da Ucrânia, recusando comentar a visita.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo informou que o vice-ministro, Andrei Rudenko, e Muneo Suzuki, deputado do partido populista Japan Innovation Party, na oposição, encontraram-se na segunda-feira.

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“O governo não foi informado pelo senhor Suzuki da sua visita à Rússia”, disse o porta-voz do executivo japonês, Hirokazu Matsuno, em conferência de imprensa. Tóquio condenou desde o início a invasão da Ucrânia pela Rússia e adotou sanções contra Moscovo, juntamente com os aliados ocidentais.

O Japão aconselha todos os cidadãos a não viajarem para a Rússia “seja qual for a razão”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, sugerindo que este conselho também se aplica aos membros do parlamento. “Não estamos em posição de comentar o motivo da visita do deputado Muneo Suzuki à Rússia e os pormenores da sua agenda”, acrescentou Yoko Kamikawa.

O deputado partiu para Moscovo no domingo “para uma viagem de inspeção“, disse esta terça-feira o seu secretário, Shinji Akamatsu, à agência de notícias France-Presse, acrescentando que estava a fazer a viagem “em nome da sua própria visão do interesse nacional”. A viagem terá causado alguma estranheza dentro do próprio partido, que disse planear convocar Suzuki no regresso para dar explicações.

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Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo sublinhou a “importante contribuição” de Muneo Suzuki para o desenvolvimento das relações russo-nipónicas, lamentando que esta cooperação bilateral de longa data esteja “agora a ser deliberadamente destruída” pelas sanções adotadas “para agradar os Estados Unidos” e pela “orientação anti-russa do Ocidente coletivo”. Muneo Suzuki, de 75 anos, é há muito conhecido como um defensor do estreitamento das relações entre Moscovo e Tóquio.

Foi também acusado e condenado por corrupção no início dos anos 2000, tendo sido obrigado a abandonar o Partido Liberal Democrático (direita conservadora), a principal formação política no poder.

Mas este passado não o impediu de se tornar conselheiro diplomático informal do então primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na década de 2010, quando este último procurava, uma vez mais, estreitar os laços com Moscovo.

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