Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD e conselheiro do Estado de Marcelo Rebelo de Sousa, antecipou o seu habitual espaço de comentário para comentar a mais recente crise política. Na SIC, Mendes começou por dizer “que António Costa fez bem” na decisão que tomou e que “sai com dignidade e com uma declaração muito correta”.

Quanto ao futuro imediato, Marques Mendes deixou clara a sua posição: “Só é possível a dissolução do Parlamento e eleições antecipadas. Quando deu posse a António Costa, o Presidente da República foi muito claro: ‘Se o senhor alguma vez deixar o cargo, vamos devolver a palavra ao povo português’. Em coerência, o Presidente não tem alternativa”, disse.

Ainda assim, Marques Mendes admitiu que o processo poderá não ser imediato. Por dois motivos: a liderança do PS e o Orçamento do Estado. “O PS precisa de tempo para escolher um líder. Marcelo vai ter de seguir a jurisprudência que Jorge Sampaio seguiu em 2001: dar um tempo suficiente ao PS para escolher um novo líder”, começou por dizer em Mendes.

Em segundo lugar, o antigo líder do PSD recordou que o Orçamento do Estado está prestes a ser aprovado (29 de novembro), e que Marcelo pode estar tentado em manter António Costa no cargo até lá — a demissão do primeiro-ministro só é oficial assim que for publicada em Diário de Repúblico, podendo o Presidente da República esticar a data para esse efeito. “É o que me parece mais provável”, antecipou.

Quanto a datas, Marques Mendes entende que as eleições legislativas só devem acontecer no final de fevereiro ou início de março. Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa convocou o Conselho de Estado para quinta-feira, uma pregorrativa sempre que está em causa uma eventual dissolução da Assembleia da República.

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