Em março de 2000, há mais de 20 anos e quando visitou Camp Nou para defrontar o Barcelona, o FC Porto marcou primeiro por Mário Jardel — mas perdeu. Em novembro de 2023, mais de 20 anos depois desse último jogo e a visitar Montjuïc para defrontar o Barcelona, o FC Porto marcou primeiro por Pepê — mas perdeu. A história repetiu-se e os dragões, independentemente da vantagem inicial, permitiram a reviravolta catalã.

O dia em que João conheceu os Joões dos milhões (a crónica do Barcelona-FC Porto)

Apesar da derrota desta terça-feira na Catalunha, a equipa de Sérgio Conceição continua a depender apenas de si para chegar aos oitavos de final da Liga dos Campeões: já não pode ficar no primeiro lugar do grupo, que pertence ao já apurado Barcelona, mas só precisa de empatar com o Shakhtar Donetsk no Dragão para seguir em frente. O FC Porto perdeu pela 5.ª vez esta temporada, o pior registo desde 2008/09 ao fim de 19 jogos, mas sofreu a primeira reviravolta da época.

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Na zona de entrevistas rápidas, Sérgio Conceição lembrou que o FC Porto iria sempre depender do último jogo. “Tínhamos de perceber o que fazer perante uma equipa que tem muita qualidade individual. A qualidade individual, durante o jogo, faz com que as equipas tenham de estar no limite na organização defensiva e em alguns momentos não conseguimos. Nenhuma equipa no mundo consegue. Nem o Real Madrid, que é o Real Madrid… Ganhou, mas o Barcelona podia ter feito o 2-0 e não fez”, começou por dizer.

“Apegámo-nos ao que somos como equipa, na nossa organização com e sem bola, tivemos de perceber o que tínhamos de fazer para não deixar o Barça jogar por dentro. Conseguimos, na segunda parte provocaram variações no centro e o golo teve a ver com isso, uma chegada tardia dos laterais. Criaram um bocadinho mais por fora, por dentro não conseguiram. Chegámos de forma positiva quando o Raphinha, o Félix ou o Cancelo tentaram, mas a verdade é que nem sempre conseguimos isso e sofremos golos”, acrescentou o treinador português.

“Faltou não sofrer golos e fazer golos, vocês viram o que se passou. Entrámos tímidos no jogo, nos duelos, ofensivos e defensivos. Perdemos um pouco nesses pormenores. Contra as grandes equipas, equipas da Europa, isso faz a diferença. Depois chegámos ao golo, criámos mais uma ou outra ocasião, mas na saída de bola sofremos golo. Entrámos na segunda parte como na primeira, queríamos muito o empate, mas faltou-nos o pormenor”, terminou.

Também na flash interview e depois de ter marcado e assistido, João Cancelo voltou a sublinhar o que já tinha dito na visita ao Dragão: fazer boas exibições contra o FC Porto tem um gosto especial. “É sempre especial marcar por este clube. Era o meu clube de sonho quando era criança. Marcar nesta competição, ainda para mais contra o rival do meu clube do coração, tem muito sabor. Tenho grandes amigos no FC Porto, como o Fábio Cardoso, que é um dos meus melhores amigos e que até jogou comigo no Benfica. Mas sinceramente, espero que lhes corra tudo bem. A rivalidade fica de parte, é um clube português e merece seguir em frente”, atirou o internacional português.