Os serviços de informações israelitas já têm em marcha um plano para matar os líderes do Hamas que estão fora da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Segundo avança esta sexta-feira o Wall Street Journal, a ordem foi dada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, numa conferência de imprensa do gabinete de guerra a 22 de novembro, já reconhecia esta realidade: “Instruí a Mossad para agir contra os líderes do Hamas onde é que eles quer que estejam”.

Vivendo em países como o Líbano, a Turquia e o Qatar, quando terminar a guerra os serviços secretos de Israel querem eliminar a liderança política do Hamas, mesmo que isso implique crises diplomáticas com aqueles países e possa violar o direito internacional. O objetivo é que aquele grupo — considerado terrorista — deixe de ser uma ameaça para Telavive.

Durante a conferência de imprensa do gabinete de guerra há uma semana, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, também já fez questão de garantir que os líderes do Hamas estão a viver “a prazo”. “A morte deles está marcada”, assinalou, acrescentando que a luta contra o grupo islâmico é “internacional”, incluindo os “terroristas em Gaza” e “aqueles que voam em aviões caros”.

De acordo com o que apurou o Wall Street Journal, alguns dirigentes israelitas queriam que esta campanha começasse pouco depois dos ataques de 7 de outubro. No entanto, o plano não passou à prática pelo menos para já, dado que haveria o risco de que isso prejudicasse os esforços da libertação dos reféns.

O assassínio de membros do Hamas ou de outros grupos abertamente contra Israel já aconteceu outras vezes na História. No entanto, a decisão de matar os membros do grupo islâmico não reúne total consenso atualmente. Em declarações ao jornal norte-americano, o antigo membro da Mossad, Efraim Halevy, considera que o plano é apenas movido pelo desejo de “vingança” — e não tem qualquer “objetivo estratégico por detrás”.

Em contrapartida, o general Amos Yadlin, que também liderou a Mossad, acredita que a campanha é o que “a justiça pede”: “Todos os líderes do Hamas, todos aqueles que participaram no ataque, que o planearam e que o ordenaram devem ser julgados ou eliminados. É a coisa certa a fazer”.

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