Siga aqui o nosso liveblog sobre o conflito israelo-palestiniano.

O chefe da diplomacia europeia disse esta segunda-feira  que a situação humanitária na Faixa de Gaza “não podia ser pior”, rejeitando paz imposta por Israel “apenas por meios militares” e que deve antes assentar numa solução de dois Estados.

“Vamos ter hoje um Conselho de Negócios Estrangeiros excecional [já que] nunca antes tivemos um Conselho com tantos convidados nestas circunstâncias dramáticas” e o objetivo é envolver as partes “afetadas pela situação em Gaza […], que não podia ser pior”, declarou o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

À entrada para a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que recebem esta segunda-feira, em Bruxelas, os seus homólogos palestiniano e israelita para discutir o conflito no Médio Oriente, o chefe da diplomacia comunitária recordou que “todos os dias há um balanço de milhões de pessoas a serem mortas”.

Muitos ministros têm dito que são demasiados [mortos]. Agora a questão é o que significa demasiados”, acrescentou.

Insistindo na importância destas reuniões, Josep Borrell apontou que “a forma como [Israel] está a tentar destruir o Hamas […] está a fomentar o ódio por várias gerações” e, por isso, “a paz e a estabilidade não podem ser construídas apenas por meios militares e não desta forma específica de usar meios militares”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para o Alto Representante da UE, urge “deixar de falar do processo de paz e começar a falar mais concretamente sobre o processo de solução de dois Estados porque a paz pode ser muitas peças diferentes”.

“É importante que, a partir de agora, eu não fale sobre o processo de paz, mas sobre o processo de solução de dois Estados e estou a falar a sério sobre isso. Temos de estudar as causas subjacentes que impedem que a solução seja implementada e o Hamas é certamente uma delas”, apontou o responsável à imprensa.

No dia em que os chefes da diplomacia europeia se reúnem, o chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, é esperado de manhã em Bruxelas, enquanto à tarde será a vez do seu homólogo palestiniano, Riyad al-Maliki.

Não está prevista uma reunião entre ambos, de acordo com fontes europeias, sendo que o foco destes encontros será a situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e a questão dos reféns.

Neste encontro, Josep Borrell disse aos jornalistas que irá apresentar uma “abordagem abrangente” sobre o conflito no Médio Oriente, um plano de 10 pontos para envolver as partes num diálogo que ponha fim às tensões, incluindo de outros países.

Também para esta segunda-feira estão previstas reuniões em Bruxelas com outros governantes da região durante o almoço, como os ministros da tutela egípcio, Sameh Shoukry, o saudita, Faisal bin Farhane, e o jordano, Ayman Safadi, bem como com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.

Prevê-se ainda a adoção de um pacote de sanções contra o grupo islamita Hamas, considerado como terrorista pela UE.