A conferência era sobre um jogo a contar para a Taça de Portugal, havia ainda coisas a falar sobre o último encontro do Campeonato mas sobrava um tema que era demasiado evidente que seria aflorado. Também o técnico do FC Porto, Sérgio Conceição, sabia disso mesmo. Por isso, não perdeu tempo, disse o que tinha para dizer e apontou as atenções para a partida nos Açores frente ao Santa Clara, explicando logo a abrir a sua presença no Coliseu do Porto, no anúncio de recandidatura de Pinto da Costa à presidência dos dragões.

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“Antes de mais, gostaria de dizer algo que sei que me vão perguntar e queria encerrar o assunto, para que respeitassem o sócio e o treinador. Relativamente ao abraço que dei a um amigo no Coliseu, é um mentor, alguém que conheço desde os meus 15 anos, que me deu oportunidades muito importantes na minha vida pessoal e profissional. Foi um abraço muito importante para alguém que se conhece há mais de 30 anos. Com isto, não falo mais desta situação e espero que respeitem”, comentou perante uma pergunta inicial que até foi feita na perspetiva do encontro com o Santa Clara, atual líder da Segunda Liga. “Então, estão com pouca vontade… Fui muito sucinto? Cortei logo no início, não é”, ironizou no final, ciente de que grande parte da conferência tinha ficado “resumida” logo no minuto inicial com esse esclarecimento.

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Eleições à parte, Sérgio Conceição falou também da terceira posição no Campeonato, adensada pelo empate sem golos frente ao Rio Ave. “Dentro deste cenário, não há nada a fazer, é olhar para a frente. É trabalharmos mais no que podemos controlar. Temos de ser mais competentes, esperando que naquilo que não controlamos as pessoas sejam mais competentes também. Se juntarmos isto fazemos uma segunda volta acima de média e depois, em maio, as contas vão-se fazer”, apontou, entre uma conversa que foi não só dominada pelo encontro com os açorianos mas também sobre a sua realização ou não, depois do adiamento do Famalicão-Sporting por falta de policiamento que chegou a ameaçar o jogo dos dragões e do Benfica.

“Novo adiamento? Poderá complicar aquilo que é o calendário, sem dúvida. Por outro lado, estamos a falar de um setor que está em protesto e temos que estar solidários. É um setor muito importante na nossa sociedade. Dentro disto, há duas situações que não nos deixariam satisfeitos: por um lado, a de fazer uma viagem até aos Açores, chegar lá e não poder jogar, porque temos um calendário muito preenchido com mais seis jogos este mês e não é fácil encontrar data para jogar; por outro, temos que respeitar o protesto de alguém que sente que não tem tudo aquilo que merece. Se temos alguma garantia de que haverá mesmo jogo? Tudo está a correr de forma normal, não tivemos informação de que possa haver outra possibilidade. Penso que está tudo preparado. Em termos de condições climatéricas, isso é que já não sei”, referiu.

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“Vai ser um jogo difícil por tudo o que é a equipa do Santa Clara, pelo bom campeonato que estão a fazer na Segunda Liga, pela boa solidez defensiva mas também pela equipa experiente que considero que, se estivesse na Primeira Liga, estaria do meio da tabela para cima. É um jogo difícil, em condições que prevemos difíceis. Vi o último jogo do Santa Clara em casa num relvado em muito mau estado, não sei se a Federação está ao corrente da situação. Numa prova tão bonita como a Taça de Portugal, acho que devíamos promover o espetáculo. Não sei em que condições vamos jogar mas isso poderá dificultar a vida das equipas. Estamos num bom momento. O último jogo não veio quebrar nada, veio sim mostrar que a equipa está bem. Andamos sempre a falar dos resultados mas, sendo negativo, e temos consciência disso, temos de olhar para este jogo como a final que é. Só estaremos nas meias se conseguirmos vencer o Santa Clara”, salientou o técnico.