O deslizamento de terras ocorrido na terça-feira à noite perto de uma aldeia mineira no sul das Filipinas fez pelo menos 11 mortos e mais de 100 desaparecidos, segundo um novo balanço divulgado esta quinta-feira pelas autoridades filipinas.

O deslizamento de terra ocorreu na noite de terça-feira, prendendo pelo menos 20 pessoas dentro de dois autocarros que transportavam mineiros no sul da ilha de Mindanau, disse à agência de notícias France-Presse o chefe provincial de gestão de desastres, Edward Macapili.

Socorristas prosseguiram, esta quinta-feira, as buscas com equipamento pesado e com as próprias mãos no local da tragédia, em Masara, na província de Davao de Oro, na ilha de Mindanao, segundo a agência francesa AFP.

As autoridades contabilizaram também 31 feridos no deslizamento de terras, que destruiu casas e soterrou três autocarros e um ‘jeepney’, um veículo de transporte público muito popular nas Filipinas.

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O balanço inicial era de cinco mortos.

O desastre ocorreu por volta das 19h30 de terça-feira (11h30 em Lisboa) numa zona montanhosa da província de Davau de Oro, na sequência das fortes chuvas que a região regista desde 28 de janeiro.

O gabinete municipal de Redução e Gestão de Risco de Desastres de Talaingod, a zona onde aconteceu o deslizamento, disse no Facebook que, após ser dado o alerta, mobilizou um dispositivo de emergência para tentar resgatar com vida as pessoas presas.

Entre os desaparecidos estavam duas dezenas de trabalhadores de uma mina de ouro explorada pela empresa filipina Apex Mining, que viajavam nos veículos.

A empresa mineira Apex Mining disse que “o trabalho de resgate está a ser prejudicado pela pouca visibilidade e por deslizamentos de terra intermitentes”.

Dois dias após a catástrofe, as hipóteses de encontrar vítimas com vida são cada vez menores, mas as equipas de salvamento continuam a trabalhar arduamente, disse o responsável provincial pela gestão de catástrofes, Edward Macapili.

“A lama que cobria os autocarros era muito espessa, quase podia cobrir um edifício de dois andares”, contou à AFP.

Uma pessoa foi retirada com vida na quarta-feira, 11 horas depois de ter sido arrastada, disse Macapili.

Centenas de famílias de Masara e de quatro aldeias vizinhas tiveram de se abrigar por receio de novos deslizamentos de terras.

A zona afetada foi declarada inabitável durante vários anos, segundo Arthur Carlos Rimando, presidente do município de Maco, onde se situa a aldeia de Masara.

“Desde 2007, a área tem sido propensa a deslizamentos de terras. Mas é aqui que as pessoas encontram o seu meio de subsistência”, disse Rimando.

Os serviços meteorológicos alertaram para a possibilidade de as inundações repentinas e os deslizamentos de terras provocados pelas chuvas poderem ainda atingir a província nos próximos dias.

A ilha de Mindanao tem sido afetada por fortes chuvas nas últimas semanas, com a ocorrência de deslizamentos de terras e inundações que obrigaram a retirar da região dezenas de milhares de pessoas.

Os deslizamentos de terras são comuns nas Filipinas devido à precipitação intensa e à desflorestação generalizada.

O arquipélago montanhoso do Sudeste Asiático é regularmente assolado por tempestades que se estão a tornar cada vez mais fortes à medida que o clima se torna mais instável, segundo os cientistas.

Pelo menos 18 pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas devido a deslizamentos de terras e inundações em diversas zonas de Mindanau desde o final de janeiro, de acordo com o último relatório do Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres das Filipinas.

Texto atualizado com o número de mortos e desaparecidos às 7h02 do dia 9 de fevereiro.