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Os três estados bálticos — Estónia, Letónia e Lituânia — convocaram esta quarta-feira os diplomatas russos acreditados nas respetivas capitais para protestar formalmente contra a inclusão de políticos e altos funcionários numa lista de procurados por Moscovo. A lista russa inclui a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Estónia convocou o Encarregado de Negócios russo, Lenar Salimullin, para expressar indignação com a medida, segundo a agência espanhola EFE. A diplomacia estónia transmitiu também que o passo invulgar da Rússia “não terá o efeito desejado” na política do país báltico, uma vez que a Estónia “não mudará a posição de apoio à Ucrânia”.

A diplomacia letã também convocou o representante da Rússia, Oleg Zikov, para expressar um “forte protesto” pela pretensão de Moscovo de estender a jurisdição nacional à Letónia. “Os esforços da Rússia para aplicar a jurisdição penal de uma forma alargada são considerados uma interferência nos assuntos internos da Letónia e, por conseguinte, contradizem a Carta das Nações Unidas”, afirmou Riga num comunicado.

De acordo com a Letónia, Zikov negou a existência de acusações criminais contra funcionários letões, bem como de uma lista de procurados.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros lituano entregou igualmente uma nota diplomática ao representante russo em Vilnius a expressar um “forte protesto contra as decisões da Federação Russa”. As relações diplomáticas entre os estados bálticos e a Rússia foram reduzidas ao nível de encarregados de negócios desde a invasão da Ucrânia em 2022.

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O portal independente Mediazona afirmou na terça-feira que a Rússia tinha colocado Kallas na lista de procurados do Ministério do Interior, bem como o secretário de Estado estónio, Taimar Peterkop.

Kaja Kallas na lista de mais procuradas da Rússia. O que tem Putin contra a “dama de ferro” da Estónia?

A lista inclui dezenas de deputados nacionais e municipais letões, um antigo ministro e vários ministros atuais, bem como o ministro da Cultura lituano e deputados locais em Vilnius.

Kallas denunciou na terça-feira as “habituais táticas de intimidação” da Rússia num comunicado em que prometeu continuar a apoiar a Ucrânia e a lutar contra a “propaganda russa”.

Alguns dos nomes na lista aparecem associados à destruição ou danos causados a monumentos dedicados aos soldados soviéticos.

Estónia, Letónia e Lituânia fizeram parte da União Soviética, cuja desintegração, em 1991, marcou o fim da Guerra Fria, o período de tensão entre os blocos ocidental e oriental após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).