A equipa do navio de carga que na madrugada desta terça-feira colidiu contra uma ponte em Baltimore, no estado de Maryland, emitiu um mayday [ndr: palavra-código para emergência] antes do incidente. De acordo com o The Times, o alerta, emitido logo após o navio ter perdido a energia, permitiu que as autoridades impedissem a entrada de mais carros na ponte Francis Scott Key, que acabou por desabar.

“Estamos gratos pelo facto de, entre o mayday e o colapso, termos tido funcionários que conseguiram começar a parar o fluxo de tráfego para que não houvesse mais carros na ponte”, disse o governador de Maryland, Wes Moore, durante uma conferência de imprensa. “Estas pessoas são heróis. Salvaram vidas ontem à noite”, acrescentou.

Ponte colapsa nos Estados Unidos após navio de carga embater com pilar. Uma pessoa morreu e há seis desaparecidas

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um relatório não classificado da Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestruturas disse horas depois do incidente que o navio “perdeu propulsão” quando estava a sair do porto de Baltimore, com destino ao Sri Lanka, e que a tripulação avisou as autoridades da possível colisão.

“A embarcação notificou o Departamento de Transportes de Maryland (MDOT) de que tinha perdido o controlo da embarcação e que era possível uma colisão com a ponte“, refere o relatório, citado pela ABC News. “A embarcação embateu provocando um colapso total.”

A Autoridade Portuária de Singapura referiu também que o navio “largou as âncoras” – algo que faz parte do protocolo de emergência – de forma a tentar evitar colidir com a ponte, cita a Sky News.

Pontes como 25 de Abril ou Vasco da Gama não resistiriam a embate como o de Baltimore. “Não há hipótese nenhuma”, defende especialista

Em consequência do incidente, uma pessoa, que foi resgatada das águas pelas autoridades, morreu e outras seis estão desaparecidas. O secretário do Departamento de Transportes de Maryland, Paul Wiedfeld, disse em conferência de imprensa, que as buscas centram-se neste grupo, composto pelos operários que estavam a trabalhar na estrutura no momento do colapso.