O Papa renovou esta quarta-feira o seu apelo à paz e ao fim dos conflitos em curso no mundo durante a audiência geral no Vaticano, demonstrando ainda melhorias no seu estado de saúde.

O Papa entrou sozinho com uma bengala na sala de audiências Paulo VI, no Vaticano, para participar na audiência geral e leu o seu texto previamente preparado com uma voz clara.

Ao discutir a virtude da paciência durante a audiência geral, Francisco renovou o seu apelo à paz e à cessação imediata dos conflitos em curso no mundo.

Francisco destacou durante a audiência que havia duas pessoas especiais na sala Paulo VI — “dois pais” —, um palestiniano e o outro israelita.

O Papa declarou que ambos perderam as filhas nos conflitos que atingem o Médio Oriente e que “ambos são amigos”.

“Eles não olharam para a inimizade criada pela guerra. (…) Eles procuraram a amizade entre dois homens que se preocuparam um com o outro e que passaram pela mesma crucificação”, afirmou.

A assessoria de comunicação do Vaticano disse que Abir, filha do palestiniano Bassam Aramin, foi morta em 2007 por um soldado israelita quando saáa da escola. A filha do israelita Rami Elhanan, Smadar, foi morta em 1997 num ataque em Jerusalém. A história de amizade dos dois homens foi contada no romance “Apeirogon”, de Colum McCann.

Francisco encontrou-se com os dois homens em privado antes da audiência geral e cumprimentou-os calorosamente no final.

A audiência foi o primeiro evento público de Francisco desde a missa do domingo de ramos, na praça de São Pedro, quando decidiu no último minuto pular a homilia, evitando discursar no início da Semana Santa, que colocará à prova a sua saúde cada vez mais frágil.

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Francisco tem lutado intermitentemente durante todo o inverno contra problemas respiratórios, que provocaram o cancelamento de eventos e deixaram o Papa bastante combalido, necessitando da ajuda dos seus assessores.

O Vaticano também divulgou esta quarta-feira a carta de Páscoa do Papa, na qual Francisco diz aos católicos na Terra Santa que “não estão sozinhos”.

“Vocês não estão sozinhos e não os deixaremos sozinhos, permaneceremos solidários convosco através da oração e da caridade prática”, afirmou Francisco.