O fim de semana foi de jogo grande, com o Manchester City a receber o Arsenal e as duas equipas a não irem além de um empate que deixou o Liverpool ainda mais isolado na liderança da Premier League. A meio da semana, o carrossel voltava a andar: e os citizens tinham claramente a tarefa mais complexa dos candidatos ao título, obrigados a uma receção ao Aston Villa de Unai Emery que está na corrida pelo acesso à Liga dos Campeões.

No meio de tudo isso, e tal como é cada vez mais comum no futebol inglês, a história da semana no universo do Etihad prendeu-se com uma opinião num dos habituais programas de comentário televisivo. Até porque o comentador em questão não era um antigo jogador qualquer — era um antigo capitão do outro lado de Manchester, Roy Keane, que decidiu deixar um soundbite forte sobre Erling Haaland.

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“O nível de jogo dele tem estado muito mau. Em frente à baliza é o melhor do mundo, mas no jogo jogado… O Haaland quase parece um jogador da quarta divisão! É o que parece. Tem de melhorar e vai fazê-lo nos próximos anos. Tem sido um avançado brilhante, mas o seu jogo tem de melhorar”, disse o antigo médio do Manchester United, que mereceu a resposta natural de Pep Guardiola na antevisão do jogo contra o Aston Villa.

“Não concordo com ele. Absolutamente nada. O Erling é o melhor avançado do mundo e ajudou-nos a conquistar o que conquistámos na última temporada. Ele [Roy Keane] é que é treinador de quarta divisão. Fico surpreendido quando estas coisas vêm de ex-jogadores. Com os jornalistas ainda posso entender, porque nunca estiveram em campo, mas com os ex-jogadores é sempre uma surpresa quando são críticos. Parece que a memória desaparece rapidamente”, defendeu o treinador espanhol.

Neste contexto, esta quarta-feira, Guardiola lançava Jérémy Doku, Phil Foden e Jack Grealish no apoio a Julián Álvarez, com Rodri e Bernardo no meio-campo e Haaland e De Bruyne a começarem ambos no banco. Do outro lado, Unai Emery apostava em Jhon Durán e Diaby no ataque, com Zaniolo e Morgan Rogers a surgirem nos corredores e Tielemans a ser suplente.

Rodri abriu o marcador ainda dentro do quarto de hora inicial, ao surgir a desviar de primeira um cruzamento de Doku na direita (11′), mas o Aston Villa não demorou muito tempo a reagir e viu Durán empatar com um remate rasteiro à saída de Ortega (20′). Nos descontos, porém, Phil Foden começou a brilhar: de livre direto, à entrada da grande área e descaído na esquerda, o avançado inglês não deu hipótese a Robin Olsen e recuperou a vantagem do City (45+1′).

Já na segunda parte, pouco depois da hora de jogo, Foden bisou — Rodri desequilibrou, o inglês apareceu mesmo a entrada da grande área e atirou rasteiro para aumentar a vantagem (62′). Unai Emery respondeu com uma tripla substituição, lançando Bailey, Tielemans e Chambers, mas só viu Foden carimbar o hat-trick com um extraordinário pontapé de pé esquerdo (69′). Até ao fim, Guardiola ainda lançou Matheus Nunes, Oscar Bobb, Kovacic e Sergio Gómez, mas já nada mudou.

O Manchester City venceu o Aston Villa, respondendo à vitória do Arsenal também esta quarta-feira contra o Luton Town, e fica agora à espera de ver o que faz o Liverpool esta quinta-feira contra o Sheffield United. E tudo porque Phil Foden, mais uma vez, decidiu mostrar que está feito um jogador de classe mundial.