O Mundial de 2022 foi para esquecer, o Europeu de 2024 teve um arranque para esquecer. Os últimos anos não foram fáceis para Romelu Lukaku ao serviço da sua seleção. A realidade é que as prestações da Bélgica têm ficado aquém do expectável, mas o avançado surge como vítima e culpado do fraco rendimento no Qatar e na Alemanha – até agora.

Os pesadelos de Lukaku são com Ivan, o Terrível (a crónica do Bélgica-Eslováquia)

Com Roberto Martínez ao leme, os Diabos Vermelhos chegaram ao Médio Oriente como um dos candidatos da chamada “segunda linha”. A prestação na Rússia, quatro anos antes, tinha sido deslumbrante, culminando com o histórico terceiro lugar e o “prémio” de melhor futebol na prova. Os holofotes estavam apontados a uma das melhores seleções europeias e, em particular, a Lukaku.

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Contudo, com o mediatismo chegaram uma série de problemas que assolaram o balneário antes e durante a competição. A Bélgica desiludiu durante a fase de grupos, caindo num grupo com Croácia, Marrocos e Canadá, e na retina ficou uma última exibição desastrosa. Na partida frente aos croatas, os belgas precisavam obrigatoriamente da vitória. A realidade é que foram superiores ao longo dos 90 minutos, mas Lukaku esteve muito aquém do esperado, desperdiçando uma série de oportunidades clamorosas sobretudo no segundo tempo. No final, saiu em lágrimas e descarregou a fúria no banco de suplentes.

O pesadelo de Lukaku: os golos falhados, as lágrimas e o murro no banco de suplentes

Volvidos menos de dois anos, Lukaku continua com o estatuto de titular absoluto na seleção da Bélgica, afirmando-se como uma das principais figuras. Na fase de qualificação, o agora jogador da Roma, por empréstimo do Chelsea, foi o melhor marcador, com 14 golos, mais quatro que Cristiano Ronaldo e mais cinco que Kylian Mbappé.

Os primeiros sinais com Domenico Tedesco foram animadores, mas rapidamente os belgas voltaram à dura realidade. Diante da Eslováquia, o favoritismo dos caía para o lado dos Diabos Vermelhos, que até o conseguiram demonstrar em campo, mas pagaram caro a falta de eficácia, perdendo o encontro (1-0). Para a história ficou mais uma exibição desastrosa de Lukaku, que somou uma mão cheia de oportunidades, dois remates enquadrados, quase um golo desperdiçado à luz dos expected goals e ainda mais dois golos anulados, a cereja no topo do bolo.

A Bélgica volta a entrar em ação este sábado, encerrando a segunda jornada da fase de grupos frente à Roménia. Com a derrota inicial, a equipa de Tedesco está praticamente forçada a ganhar para continuar a lutar pelos dois primeiros lugares do Grupo E. Para isso precisa de um Lukaku bem mais inspirado. Conseguirá o goleador superar os traumas do passado?