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O Presidente francês, Emmanuel Macron, apresentar-se-á na cimeira da NATO como cumpridor das metas da Aliança para investimento em defesa, mas com o seu poder internamente debilitado pela perda da maioria parlamentar.

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A França cumprirá o objetivo de 2% estabelecido pela NATO, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024″, disse o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, antes de uma reunião com os seus homólogos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, a 15 de fevereiro.

A lei de programação militar 2024-2030 previa que esta meta fosse cumprida até 2025, com 413 mil milhões de euros em gastos nos próximos seis anos, para elevar o orçamento anual para 68 mil milhões de euros (mais 3 mil milhões por ano). Este orçamento será distribuído tendo em conta a adaptação às ameaças em evolução e tecnológicas.

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A verdadeira questão agora não é tanto conseguir esses 2%, embora seja um assunto que parece entusiasmar muitas pessoas, é obviamente garantir que esses 2% do PIB sejam realmente úteis no terreno militar”, afirmou Lecornu.

O objetivo foi adiantado tendo em conta o conflito na Ucrânia com a invasão russa, já que a França tem sido um dos maiores aliados de Kiev, que pediu uma aceleração das entregas prometidas pelo Ocidente devido à falta de munições no campo de batalha.

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Na mesma ocasião, o ministro da Defesa francês disse que iria entregar à Ucrânia 78 sistemas de artilharia Caesar e confirmou uma reunião com o Comissário Europeu Thierry Breton, responsável pelas questões de defesa, para analisar formas de desenvolver a capacidade de produção de pólvora e munições na Europa.

Dois dias após da segunda volta das eleições legislativas em França, o Presidente francês, Emmanuel Macron, deverá deslocar-se até Washington de 9 a 11 de julho, para participar na cimeira da NATO, juntamente com os outros 31 chefes de Estado e de Governo, que olham com receio para o crescimento da extrema-direita francesa.

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O nosso apoio à Ucrânia permanece e continuará a ser constante e continuaremos a mobilizar-nos para responder às necessidades imediatas da Ucrânia, para transmitir a mensagem da nossa determinação inequívoca de estar ao lado dos ucranianos a longo prazo”, disse o chefe de Estado francês, em 24 de junho.

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O chanceler alemão, Olaf Scholz, exprimiu na semana passada a sua “preocupação” com o resultado das eleições francesas, enquanto Moscovo parecia enviar uma mensagem de apoio ao partido de extrema-direita União Nacional (RN), com a diplomacia russa a sublinhar o “inegável sucesso da oposição” em França na primeira volta como resposta, nomeadamente, aos “ditames” de Washington e Bruxelas.

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A incerteza que continuará a rodear a organização do poder em Paris enfraquecerá inevitavelmente o papel que a França pode desempenhar na cimeira”, defendeu a jornalista Sylvie Kauffmann num artigo no Le Monde.

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Para Kauffmann, “nos últimos sete anos, os parceiros internacionais habituaram-se à voz francesa de um Presidente disposto a inovar, mas também ambicioso, empenhado e pró-ativo, apoiado por um governo que pode controlar e por um aparelho diplomático e militar competente e leal”.

O Presidentes francês tem influência significativa nos assuntos externos e na política de defesa do país. No entanto, a influência da extrema-direita no controlo do orçamento permitir-lhe-ia fazer descarrilar a ajuda militar à Ucrânia, como o acordo de segurança no valor de 3 mil milhões de euros, que não está devidamente orçamentado.

Até 2025, a França quer criar uma “força de reação rápida europeia” com cerca de 5.000 soldados, para intervir em situações de crise quando a NATO não pode, numa iniciativa centrada na defesa, com a produção e compra de equipamento militar numa cooperação europeia lançada por Macron num discurso em abril.

Em 2023, o país teve um aumento de 6,5 % nas despesas militares, com 57,6 mil milhões de euros, equivalentes a 2,1% do PIB, tornando-se no nono país com maior orçamento militar, numa lista liderada pelos Estados Unidos, China e Rússia.