Os empresários russos Mikhail Fridman e Petr Aven eram suspeitos de colaborar na invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, no entanto, o Tribunal Geral da União Europeia não deu como provadas estas suspeitas.

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Logo após a invasão russa à Ucrânia, a União Europeia implementou sanções aos envolvidos no ataque. As medidas tiveram como alvo, sobretudo, o setor da energia e a banca mas também pessoas próximas ao presidente Vladimir Putin.

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Petr Aven e Mikhail Fridman estavam “associados a pessoas que também estão abrangidas por medidas restritivas, bem como ao próprio Vladimir Putin”, alegou o Conselho da União Europeia, com se lê no Jornal de Negócios.

Mikhail Friedman é dono do fundo de investimento que controla a cadeia de supermercados espanhola Dia e Minipreço e fundador do Alfa Group, proprietário do maior banco privado da Rússia, o Alfa Bank. Este banco foi sancionado em março de 2022 e Friedman deixou o conselho de administração para tentar evitar sanções da União Europeia, tentativa que não resultou.

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Petr Aven é um membro do círculo íntimo de Vladimir Putin e após a invasão russa à Ucrânia teve vários encontros com o presidente russo.

O Reino Unido sancionou o Petr Aven por ter apoiado o Kremlin após a invasão.  Este concordou em perder mais de 750 mil libras (cerca de 965 mil dólares) para encerrar a investigação de dois anos sobre evasão de sanções.

Ao colocar sanções ao empresário em fevereiro de 2022, a União Europeia disse: “Petr Aven é um dos oligarcas mais próximos de Vladimir Putin… Ele é um dos 50 empresários russos mais ricos que se encontram regularmente com Putin no Kremlin”. Aven considerou que as restrições eram “infundadas”, lê-se no jornal The Guardian.

Em março de 2022, uma transferência de 3,7 milhões delibras de um fundo fiduciário da Aven na Áustria foi feita como sendo parte do Cyprus Confidential — uma investigação da mídia internacional sobre a indústria de serviços offshore no Chipre liderada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) e pela Paper Trail Media.

Os fundos estavam congelados desde 2022 e Aven tentou levantá-los inúmeras vezes chegando a vender um carro Bentley Bentayga de 160 000 libras (206 000 dólares).

O dinheiro foi confiscado depois da mulher do empresário, Ekaterina Kozina, e os administradores do seu património terem reconhecido que os fundos poderiam ter sido destinados a “ser utilizados para fins ilícitos”, lê-se na no site de um canal televisivo russo.

Esta foi a primeira vez que a Agência Nacional para o Crime conseguiu o confisco de fundos sancionados ao abrigo da Lei dos Produtos do Crime.

Um porta-voz da Agência Nacional para o Crime disse que o confisco “demonstra o comprometimento da agência em aplicar o regime de sanções do Reino Unido e em recuperar o dinheiro retido ilegalmente em benefício do erário público”, lê-se na rede social X.

Aquando da sua colocação na lista de pessoas que seriam sancionadas, os empresários recorreram e viram agora o Tribunal Geral da UE dar-lhes razão.

O Tribunal decidiu anular todos os atos dos seus nomes nas listas de medidas restritivas para o período compreendido entre 28 de fevereiro de 2022 e 15 de março de 2023. Embora considere que os motivos alegados pelo Conselho demonstrem a proximidade dos empresários a Putin, não é possível concluir que estes apoiam a invasão russa à Ucrânia.