Os empresários russos Mikhail Fridman e Petr Aven eram suspeitos de colaborar na invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, no entanto, o Tribunal Geral da União Europeia não deu como provadas estas suspeitas.
Logo após a invasão russa à Ucrânia, a União Europeia implementou sanções aos envolvidos no ataque. As medidas tiveram como alvo, sobretudo, o setor da energia e a banca mas também pessoas próximas ao presidente Vladimir Putin.
Petr Aven e Mikhail Fridman estavam “associados a pessoas que também estão abrangidas por medidas restritivas, bem como ao próprio Vladimir Putin”, alegou o Conselho da União Europeia, com se lê no Jornal de Negócios.
Aven is the former head of Russia's largest commercial bank. Attempts to relocate the funds, as well as transactions made after March 15 2022 by Aven's estate manager, Stephen Gater, are believed by the NCA to have been in breach of those sanctions.
— National Crime Agency (NCA) (@NCA_UK) July 29, 2024
Mikhail Friedman é dono do fundo de investimento que controla a cadeia de supermercados espanhola Dia e Minipreço e fundador do Alfa Group, proprietário do maior banco privado da Rússia, o Alfa Bank. Este banco foi sancionado em março de 2022 e Friedman deixou o conselho de administração para tentar evitar sanções da União Europeia, tentativa que não resultou.
Petr Aven é um membro do círculo íntimo de Vladimir Putin e após a invasão russa à Ucrânia teve vários encontros com o presidente russo.
O Reino Unido sancionou o Petr Aven por ter apoiado o Kremlin após a invasão. Este concordou em perder mais de 750 mil libras (cerca de 965 mil dólares) para encerrar a investigação de dois anos sobre evasão de sanções.
Representatives of Russian oligarch Petr Aven ("Alpha Group") will transfer more than 750 thousand pounds to the UK to stop the investigation into the case of evasion of sanctions
Earlier, British authorities confiscated funds from the accounts of the oligarch's wife and those…
— Sota News (@sotanews) July 29, 2024
Ao colocar sanções ao empresário em fevereiro de 2022, a União Europeia disse: “Petr Aven é um dos oligarcas mais próximos de Vladimir Putin… Ele é um dos 50 empresários russos mais ricos que se encontram regularmente com Putin no Kremlin”. Aven considerou que as restrições eram “infundadas”, lê-se no jornal The Guardian.
Em março de 2022, uma transferência de 3,7 milhões delibras de um fundo fiduciário da Aven na Áustria foi feita como sendo parte do Cyprus Confidential — uma investigação da mídia internacional sobre a indústria de serviços offshore no Chipre liderada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) e pela Paper Trail Media.
Os fundos estavam congelados desde 2022 e Aven tentou levantá-los inúmeras vezes chegando a vender um carro Bentley Bentayga de 160 000 libras (206 000 dólares).
⚡️Britain has successfully carried out its first asset seizure of a Russian oligarch. Law enforcement authorities have confiscated over £750,000 (approximately $963,260) from Russian oligarch Petr Aven, Bloomberg reported.
— KyivPost (@KyivPost) July 29, 2024
O dinheiro foi confiscado depois da mulher do empresário, Ekaterina Kozina, e os administradores do seu património terem reconhecido que os fundos poderiam ter sido destinados a “ser utilizados para fins ilícitos”, lê-se na no site de um canal televisivo russo.
Esta foi a primeira vez que a Agência Nacional para o Crime conseguiu o confisco de fundos sancionados ao abrigo da Lei dos Produtos do Crime.
For the first time in the UK, the NCA has secured the forfeiture of sanctioned funds under the Proceeds of Crime Act. The money had been frozen since 2022, when Petr Aven was sanctioned by the UK for supporting the government of Russia.
— National Crime Agency (NCA) (@NCA_UK) July 29, 2024
Um porta-voz da Agência Nacional para o Crime disse que o confisco “demonstra o comprometimento da agência em aplicar o regime de sanções do Reino Unido e em recuperar o dinheiro retido ilegalmente em benefício do erário público”, lê-se na rede social X.
The result announced today is significant, and marks the end of a complex and long-running investigation by the NCA's Combatting Kleptocracy Cell. It demonstrates our commitment to enforcing the UK's sanctions regime, and to recovering money held unlawfully.
— National Crime Agency (NCA) (@NCA_UK) July 29, 2024
Aquando da sua colocação na lista de pessoas que seriam sancionadas, os empresários recorreram e viram agora o Tribunal Geral da UE dar-lhes razão.
O Tribunal decidiu anular todos os atos dos seus nomes nas listas de medidas restritivas para o período compreendido entre 28 de fevereiro de 2022 e 15 de março de 2023. Embora considere que os motivos alegados pelo Conselho demonstrem a proximidade dos empresários a Putin, não é possível concluir que estes apoiam a invasão russa à Ucrânia.