O secretário-geral das Nações Unidas lamentou esta quarta-feira a “impunidade quase total” que existe no mundo, em que as potências se neutralizam umas às outras, impedindo que a comunidade internacional consiga resolver as várias guerras.

Em conferência de imprensa em Díli após um encontro com o presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, António Guterres considerou que “ninguém hoje (esta quarta-feira) tem respeito por ninguém e por nada, não há respeito pela carta das Nações Unidas, não há respeito pela lei internacional e também não há respeito pelas potências”.

Segundo o secretário-geral, esta “impunidade quase total” faz que continuem guerras como a do Sudão, Médio Oriente, República Democrática do Congo ou Myanmar (antiga Birmânia), que a “comunidade internacional se tem mostrado impotente” para resolver.

Guterres defendeu, por isso, reformas “absolutamente essenciais” das instituições multilaterais para que seja possível garantir o respeito pela Carta das Nações Unidas e pela lei internacional.

O secretário-geral da ONU, que chegou esta quarta-feira a Díli para uma visita oficial de três dias no âmbito das comemorações dos 25 anos do referendo que levou à restauração da independência de Timor-Leste, considerou que as divisões geopolíticas que atualmente existem no mundo não permitiriam repetir noutros conflitos a unanimidade que se conseguiu na altura junto da comunidade internacional para a intervenção das Nações Unidas no país.

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