Neste sábado, o Vaticano recebeu uma visita inusitada. Mehmet Ali Agca, que alvejou o Papa João Paulo II na praça de São Pedro em 1981, deixando-o em estado muito grave, voltou ao local do crime, mas desta vez para prestar homenagem ao homem que quase assassinou. O turco de 56 anos tentou ainda um encontro com o Papa Francisco, mas o Vaticano disse que seria suficiente depositar flores junto ao túmulo de João Paulo II no interior da basílica de São Pedro.

A visita foi anunciada ao jornal italiano La Repubblica pelo próprio Mehmet Ali Agca e confirmada pela Reuters junto das autoridades da Santa Sé. Mehmet Ali Agca esteve preso em Itália até 2000, ano em que foi perdoado pela tentativa de assassinato do Papa e extraditado para o seu país, a Turquia, onde cumpriu pena de prisão pelo assassinato de um jornalista – crime cometido em 1979 -, até 2010.

Agca voltou passados 33 anos ao local deste crime e, segundo o padre Ciro Benedettini, vice-porta-voz do Vaticano, o turco esteve alguns minutos na tumba da Basílica de São Pedro, onde está o corpo do Papa falecido em 2005, e depositou dois ramos de rosas brancas no local. Mehmet Ali Agca pediu ainda para se encontrar com o Papa Francisco, mas o Vaticano considerou que era suficiente prestar homenagem ao antigo Papa.

João Paulo II perdoou Agca em 1983 e visitou-o na prisão nesse mesmo ano, intervindo posteriormente no seu perdão por parte do Estado italiano. A bala retirada do Papa e que poderia ter sido fatal, foi oferecida posteriormente ao Santuário de Fátima, estando incrustada na imagem da Virgem Maria, a quem João Paulo II atribuía o milagre de ter sobrevivido. Mehmet Ali Agca alegou a seguir à tentativa de assassinato que tinha agido sozinho, mas mais tarde alegou o envolvimento da União Soviética no atentado.

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