Matheus Uribe chegou ao Dragão em 2019, vindo do América do México já com 28 anos e para substituir Herrera, que tinha acabado de deixar os dragões rumo ao Atl. Madrid. Mais do que um jogador absolutamente titular no meio-campo, o FC Porto tinha perdido um capitão, um líder, um compasso e um elemento que fazia a diferença. Um elemento que, com um remate de fora de área, um cabeceamento ou um passe, podia mudar um jogo. E Uribe teve de corresponder a todas essas expectativas.

De lá para cá, nos últimos quatro anos, o internacional colombiano tornou-se imprescindível para Sérgio Conceição e um dos pilares da conquista de dois Campeonatos, duas Taças de Portugal, duas Supertaças e uma Taça da Liga. É o absoluto titular do meio-campo do FC Porto, independentemente de quem lá estiver para lhe fazer companhia, mas nem sempre conseguiu emular a característica que distinguia Herrera — o elemento que fazia a diferença com um remate, um cabeceamento ou um passe.

O acumular de temporadas, porém, tem aproximado Uribe desse tipo de funções. O médio marcou o primeiro golo do FC Porto no Clássico desta sexta-feira na Luz, empatando a partida já na reta final da primeira parte e lançando a equipa para uma reviravolta que ficou confirmada já no segundo tempo.

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Foi o segundo golo que Uribe marcou aos encarnados desde que está em Portugal e os últimos cinco golos do jogador pelos dragões são o exemplo do quão importante e decisivo tem sido na hora de surgir na zona de finalização: marcou ao Benfica na Luz, ao Sporting em Alvalade e no Dragão, ao Atl. Madrid em Espanha na Liga dos Campeões e à Lazio em Itália na Liga Europa da época passada.

À BTV, na zona de entrevistas rápidas e depois do final do jogo, o médio garantiu que o FC Porto sabia “que ia ser um jogo muito difícil”. “No FC Porto estamos sempre preparados para jogos desta dimensão. Enquanto for matematicamente possível, vamos encarar todos os jogos como finais. Neste jogo, por ter o ingrediente adicional de ser um Clássico, viemos com muita vontade de ganhar. Isto é muito gratificante para o que ainda falta do Campeonato”, começou por dizer.

“O golo foi importante porque nos deu o empate e a equipa ganhou confiança. Fazer golo é motivante a nível pessoal, mas há que destacar o trabalho de toda a equipa, o caráter que mostrou e a vontade que exibiu para ganhar o jogo. Título? Desde que matematicamente ainda seja possível, vamos continuar a competir ao máximo para ganhar todos os jogos que nos faltam e continuar a sonhar com o título”, acrescentou.

Uribe termina contrato com o FC Porto no fim da temporada, a renovação é um cenário complexo e existem vários clubes que pretendem contratar o colombiano no próximo mercado de transferências — desde o Flamengo de Vítor Pereira no Brasil a equipas da Arábia Saudita e do Qatar. Ou seja, já na próxima época, os dragões podem voltar a perder o médio titular que é líder, compasso e faz a diferença.