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Almada Negreiros morreu há 50 anos: sete momentos decisivos na vida do “português sem mestre”

Estudou os Painéis de São Vicente, retratou Pessoa, tornou-se estrela pop no fim da vida. Almada Negreiros não fez apenas arte, foi ele próprio uma criação artística que marcou o século XX português.

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Muito pouco terá ficado por fazer. No domínio artístico, como criador, uma vida cheia onde não consta algum pouco mérito como escritor, ator, desenhador, figurinista, pintor, cenógrafo, conferencista, bailarino — mas, acima de tudo, homem-espetáculo, personagem em atuação. “Não é o teatro que me interessa, não é a pintura que me interessa, não é a escultura, não é nenhuma arte especial”, disse o próprio numa entrevista à RTP em 1968. “O que me interessa a mim é o espetáculo. Espetáculo quer dizer ver. O espetáculo pode estar onde quiserem, mas que esteja e que seja visto. Isto de haver no mundo espetáculos que todos saibam ver, é sério.”

“Performer assumido e mitoclasta”, “histriónico desencadeador de ‘uma guerra sem tréguas contra putrefactos e botas de elástico'”, como viu nele Celina Silva, professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Almada Negreiros desapareceu faz agora meio século, em 15 de junho de 1970, aos 77 anos. Foi um “português sem mestre”, como lhe chamou o historiador José-Augusto França na biografia de 1974 com esse título. “Uma das mais notáveis figuras da cultura portuguesa e uma das que mais decisivamente contribuíram para a criação, prestígio e triunfo de uma mentalidade moderna entre nós”, classificou o escritor Jorge de Sena.

Influenciou o século XX português, deixou marca posterior em artistas como Mário Cesariny, Ernesto de Sousa ou João César Monteiro, segundo o professor de literatura Fernando Cabral Martins, e ainda em vida tornou-se um mito pela extensão e consequência da obra. Atribuem-lhe como epitáfio a frase “se não for por arte, não serei de outro modo”, que terá escrito em 1963 no catálogo de uma exposição do japonês Hirosuke Watanuki no Palácio Foz, em Lisboa. Mas curiosamente, em entrevista de 1969 ao Diário de Lisboa, relembraram-lhe a frase e Almada reagiu com indiferença: “Não sei de quem é. Minha? Ah, talvez seja.”

Foi “poeta futurista e tudo”, nome destacado das vanguardas estéticas que Portugal conheceu nas primeiras décadas do século XX, ao lado de Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa, mas aparentemente sem os traços depressivos dos dois modernistas. Exprimiu-se por muitas linguagens e encontrou-se no teatro. “O teatro, numa perspetiva ampla, é provavelmente o melhor fio para ligar todas estas peças”, escreveu Sílvia Laureano Costa, estudiosa de Almada e investigadora na área da literatura. “O teatro perpassa a sua vida artística, afirmando-se de diferentes maneiras: escrita de textos dramáticos, criação de encenações e de coreografias, construção de cenografias, desenho de figurinos, ilustração de programas, cartazes e publicações temáticas, na conceção teórica de uma estética teatral própria e até na representação, como ator, bailarino ou performer.”

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Criou formas cheias e voluptuosas, e também uma geometria quase sagrada, em desenhos e pinturas, frescos e vitrais: no edifício do Diário de Notícias e na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, por exemplo. E escreveu para a imprensa, assinando ainda romances, ensaios e textos dramáticos. A Invenção do Dia Claro (1921), Nome de Guerra (1938) e Deseja-se Mulher (1959) são apenas alguns exemplos, se bem que nos anos finais a expressão visual o entusiasmasse mais do que a escrita.

Conferência de Almada Negreiros na década de 60

INSTITUTO CAMÕES/PROJETO MODERNISMO

José Sobral de Almada Negreiros nasceu em 1893, em São Tomé e Príncipe, na Roça da Saudade, de onde era natural a mãe, Elvira Freire Sobral, e onde o pai, o alentejano António Lobo, trabalhava como administrador de província. Cresceu em Lisboa, fez a escola primária num colégio de jesuítas, em Campolide, frequentou depois o Liceu de Coimbra e a Escola Nacional de Lisboa. Nunca fez estudos formais no domínio artístico. Impôs-se como desenhador a partir de 1912, na I Exposição dos Humoristas, no Grémio Literário, em Lisboa. As influências artísticas precoces encontrou-as na obra de Leonardo da Vinci e nos Painéis de São Vicente. Dizia serem “documentos” que por mero acaso tinham ido ao seu encontro.

Começou a pintar em 1913 e fez a primeira exposição individual na Galeria das Artes de José Pacheco, em 1916, já depois de ter participado na revista Orpheu, que fundou o movimento modernista português. 1916 foi também o ano do aparatoso folheto-conferência Manifesto Anti-Dantas, gesto de rutura e “bofetada no gosto público” que teve Júlio Dantas como principal alvo mas visava todos os intelectuais instalados.

Viveu em Biarritz e Paris em 1919, em Madrid por cinco anos, a partir de 1927. O casamento com a pintora Sarah Affonso, em 1934, com quem teve dois filhos (Ana Paula e José Afonso), deu-lhe estabilidade emocional. As encomendas públicas, incluindo cenários para a Exposição do Mundo Português de 1940 ou a decoração de fachadas da Universidade de Lisboa nos anos 60, ofereceram-lhe estabilidade financeira — e também o título de “artista do regime”.

Sarah Affonso e os dias das pequenas coisas

Descreveu em certa ocasião, numa entrevista a Manuel Varela, a forma como na adolescência sentiu o apelo da criação artística e como isso o levou por um caminho de descoberta que só em termos transcendentes conseguia exprimir:

“Não sabia qual era o caminho nem a minha necessidade. Fui prosseguindo sempre. Subitamente, começo a encontrar-me. Começo, por analogia e pela tal virtude muito pessoal, a ser chamado por sinais. A este respeito posso dizer: caminhei por símbolos durante muito tempo, mas fiquei absolutamente esgotado. Esgotei os símbolos. Tive, portanto, a necessidade do sinal. Ora, só o sinal é que é constante, os símbolos são epocais. A minha necessidade era de ordem constante, de ordem universal, sem épocas, sem histórico. Era isto que me interessava, esse unânime, que está sempre intocável e estará.”

Obituário de Almada Negreiros no "Diário de Lisboa" de 16 de junho de 1970

Morreu em Lisboa na noite de 15 de junho no Hospital St. Louis (ou de São Luís dos Franceses, como também era conhecido), ao Bairro Alto, o mesmo onde tinha morrido Fernando Pessoa, em 1935. Ao velório, na Basílica da Estrela, compareceram Vitorino Nemésio, Raul Rego, António Valdemar, António Victorino de Almeida, Helena Roque Gameiro e muitas outras figuras da cultura, noticiou o Diário de Lisboa n. Foi a enterrar no dia 17, no cemitério dos Olivais.

“A obra de Almada Negreiros fica como das mais poderosas, originais e apaixonantes contribuições para a história da arte moderna portuguesa”, foi o elogio fúnebre daquele jornal. “Controversa, a multímoda atividade do artista? Pois sem dúvida. Como tudo o que vale a pena.” Eis alguns desses momentos decisivos.

Primeiro desenho

1911

Ainda estudante, fez publicar um primeiro trabalho como desenhador na imprensa, mais precisamente na revista A Sátira — número quatro, página 45, com data de 1 de junho de 1911. “Razão ponderosa”, intitulava-se a representação de um homem de fina figura que assediava uma mulher na rua, ambos sob o olhar de um polícia, com uma criança distraída ao lado, enquadrados por um friso de andorinhas e uma silhueta de cidade. O seguinte diálogo: “Faz favor de não me seguir? Olhe que sou casada!”; “Não faz mal, minha senhora. Também eu!”

Página de "A Sátira" onde surgiu a ilustração de Almada

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Assinou como Sobral Almada Negreiros, mas em rodapé os editores da revista, à cabeça dos quais estava o ilustre caricaturista Stuart Carvalhais, viram logo onde estava o nome artístico. “Desenho de Almada Negreiros”, escreveram.

A Sátira era uma revista mensal de caricaturas humorísticas que se publicou em Lisboa em 1911, por apenas quatro edições. Tinha sede na Rua da Madalena e constituiu-se numa tribuna contra a decadência da I República. “Quis e conseguiu ser um centro de inovação cultural” e uma “montra de uma diversidade estética que lhe granjeou um papel de relevo no lançamento do modernismo em Portugal”, classificou a investigadora Rita Correia, da Hemeroteca Municipal de Lisboa.

Estudo dos Painéis de São Vicente

1917Logo em 1917, Almada começa a interessar-se pelo políptico atribuído a Nuno Gonçalves, que já então pertencia ao acervo do Museu Nacional de Arte Antiga. Investigou a fundo a obra de Nuno Gonçalves, para lá das seis tábuas quinhentistas que hoje a compõem, aplicando-lhe princípios da geometria. Em 1958 expôs detalhadamente a sua teoria nas páginas do Diário de Lisboa, num artigo intitulado “Os painéis chamados ‘Nuno Gonçalves’ e ‘Escola de Nuno Gonçalves’ destinavam-se ao Mosteiro da Batalha”. Apresentou os cálculos matemáticos a que recorreu e fez uma cronologia da investigação.

Painéis de São Vicente uma das obras que vão ser restauradas após a cerimónia da assinatura de protocolo com a Fundação Millennium bcp, entre a Direção-Geral do Património Cultural, o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) e a Fundação Millennium bcp como Mecenas Estratégico do MNAA paa a área do Restauro para o triénio 2020-2022. O protocolo abrange o restauro dos painéis de São Vicente e da coleção Della Robbia, MNAA, 12 novembro 2019. ANDRÉ KOSTERS / LUSA

Aspeto atual dos Painéis de São Vicente, no Museu Nacional de Arte Antiga

ANDRE KOSTERS/LUSA

Segundo Almada, nessa tese hoje pouco considerada, por assentar em pelo menos uma datação errada, as obras de Nuno Gonçalves tinham sido pensadas para o Mosteiro da Batalha, se bem que nunca lá tenham estado — encaixavam perfeitamente na Capela do Fundador (no terço poente da parede norte) e imitavam a incidência da luz naquele espaço. Os seis painéis que hoje conhecemos bem integrariam essa obra total, assim como outros quadros, num total de 15 (dois deles por encontrar). A polémica sobre a interpretação dos painéis vinha dos anos 20 e também está contada num livro recente, Almada — Os Painéis, a Geometria e Tudo (2015), de António Valdemar.

Frescos na Gare Marítima

1949De 1943 a 1945, Almada tinha criado frescos para a Gare Marítima de Alcântara e em 49 termina os frescos da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa — projetada pelo arquiteto Pardal Monteiro e inaugurada no ano anterior. São dois trípticos de inspiração cubista: Saltimbancos/Varinas/Passeio de Barco e A Partida/O Trabalho de Construção/O Regresso. Representam cenas marítimas e do quotidiano, com personagens da sociedade e retratos de ofícios e situações que revelam uma certa crítica social ou pelo menos a mitificação da emigração e da saudade como destinos portugueses.

“O rio Tejo revela-se presença constante”, destacou Maria Jesus Ávila, conservadora do Museu do Chiado. “O cubismo é revisitado de maneira muito particular em ambos os trípticos e a sua matriz organiza cada plano e cada figura, quer na estruturação da composição, quer na solução de uma linha continuada, que desenha algumas personagens, gerando múltiplas intersecções, e que terá continuidade noutras obras desta época.”

Pormenor dos frescos na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa

MARIO NOVAIS/BIBLIOTECA DE ARTE DA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN

1949 é também o ano em que Almada faz figurinos para a peça O Casamento das Musas, com encenação de Fernando Amado, e em que Sarah Affonso cria figurinos para Antes de Começar, peça de Almada (ambas apresentadas em simultâneo no Teatro-Estúdio do Salitre, também na capital).

Retrato de Fernando Pessoa

1954“Foi feito lá no campo”, contou Sarah Affonso, mulher de Almada, numa entrevista de 1977 à RTP. O “campo” era uma quinta em Bicesse, concelho de Cascais, onde a família passava temporadas. Só não se sabe se ela se referia ao original ou à réplica. Em 1964, a Fundação Calouste Gulbenkian, encomendou ao artista uma versão do Retrato de Fernando Pessoa, executado originalmente uma década antes para o restaurante Irmãos Unidos, no Rossio, em Lisboa (e que a Gulbenkian terá tentado adquirir ao proprietário do restaurante, sem que chegassem a acordo sobre o preço).

O primeiro foi leiloado em 1970, por 1500 contos, e nesse ano oferecido por colecionador particular à autarquia. Pertence hoje ao Museu de Lisboa. O segundo permanece no Museu Gulbenkian. São o espelho um do outro, como se o criador dissesse que Pessoa é outro, sendo ele mesmo. Diz-se que formam uma única peça e constituem uma das melhores sínteses da linguagem de Almada.

As duas versões do quadro juntaram-se em 2017 numa grande exposição que a Gulbenkian dedicou a Almada

HENRIQUE CASINHAS / OBSERVADOR

“A figura sentada não explica um momento qualquer, propõe o poeta todo, a sua identidade mítica”, descreveu um documentário biográfico. “Essa representação envolve-se num momento de sombra e de luz que obedece à geometria, no sentido clássico, da pintura. Os símbolos são ordenados nesse espaço também mítico. Fernando Pessoa não surge como mera figura quotidiana, é uma personalidade angular, delicada e misteriosa que vai operar um milagre.”

Deseja-se Mulher

1963Era a peça que Almada considerava o seu “melhor exemplo” de teatro, em que “toda a ação está constantemente negada”. Escrita em 1928, conheceu tentativas de representação em Madrid e depois do regresso de Almada a Portugal, em 1932. Mas sem concretização. “Talvez o teatro que Almada Negreiros mostrava fosse demasiado experimentalista ou não oferecesse as garantias comerciais de que as companhias precisam para subsistir”, escreveu Sílvia Laureano Costa.

Peça escrita em 1928 foi publicada em livro em 1959

CABRAL MONCADA LEILÕES

O texto seria publicado em 1959 e finalmente encenado em 1963. Deseja-se Mulher é então levado a cena por Fernando Amado, na Casa da Comédia, uma companhia lisboeta experimental recém-formada. Espetáculo de 24 personagens para 18 atores, nele se estreou como atriz Maria do Céu Guerra e entraram, por exemplo, Eládio Clímaco, Manuela de Freitas ou Norberto Barroca. E também Fernanda Lapa, que nove anos depois se estreará como encenadora precisamente com o mesmo texto. “Achei que poderia encenar, achava que sabia o que o Almada tinha querido para o texto”, disse Fernanda Lapa ao Observador, em entrevista recente, acrescentando: “Desrespeitei o Almada para o respeitar mais.”

Painel “Começar” na Gulbenkian

1968A descoberta da geometria na pintura, a partir da década de 40, “veio a fascinar Almada de uma forma profunda e envolvente”, pelo que “a sua obra plástica foi alvo de uma progressiva tendência geometrizante”, lê-se numa descrição publicada pela Fundação Gulbenkian. Provavelmente o culminar dessa tendência dá-se no painel “Começar”, que executou em 1968 para o átrio de entrada do edifício-sede da Gulbenkian, em Lisboa (inaugurado em outubro de 1969). A geometria já não era apenas tema para dissertações autoditatas, mas ferramenta de composição da sua obra.

Painel "Começar"

Teoricamente dividido em cinco secções, o painel de quase treze metros de comprimento e mais de dois de altura foi gravado e pintado sobre pedra calcária. Representa uma súmula dos estudos matemáticos a que se dedicara Almada: pentagramas de cores diferentes inscritos numa circunferência, uma estrela de 16 pontas baseada numa ilustração de Leonardo da Vinci, uma estrela de cinco pontas cortadas inspirada numa moeda do tempo de D. Afonso Henriques, uma figura que se inspira num poema de antigos construtores de catedrais, etc.

“Pode dizer-se que ‘Começar’ foi o fim da sua carreira, embora Almada tivesse trabalhado ainda em 1969 na construção de frescos da Universidade de Coimbra”, anotou o Diário de Lisboa em 1970.

Última aparição pública

1969Se a última entrevista conhecida saiu no suplemento literário do Diário de Lisboa, assinada por Vítor Silva Tavares a 24 de abril de 1969 — em que Almada disse: “Quando começamos uma coisa é francamente da ordem extraordinária! Depois insistimos estupidamente em acabar aquilo, continuar aquilo, etc. A maior parte das vezes somos nós o inimigo daquilo que começámos. Fica estropiado, acabou-se, perdemos aquela divindade em que tínhamos tocado” —, já a última aparição pública terá sido na estreia do programa Zip-Zip da RTP. E ficou célebre.

Primeira emissão do "Zip-Zip" teve Almada como convidado especial

Emitido a 25 de maio de 1969, o programa que inaugurou uma nova linguagem na televisão portuguesa tinha sido gravado um dia antes no Teatro Villaret, com Raul Solnado e Carlos Cruz em estúdio e Fialho Gouveia em reportagem exterior. Como é que se deu a aproximação aos modernistas, perguntou-lhe Carlos Cruz. “Quando algumas pessoas têm a mesma desgraça, juntam-se”, respondeu Almada. “Ninguém supôs que nascessem determinados portugueses naquele momento, de modo que nós estávamos fora da sociedade, se é que havia sociedade.” Apresentou-se sorridente e irónico, falou no tom declamatório que era seu timbre e conquistou um grande público que em muitos casos nunca antes teria ouvido falar dele. “Tenho 76 anos de idade e desde que me conheço nunca pisei o risco fora daquilo que não fosse comunicação.”

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